Prefeito de São Paulo cobra R$ 829 milhões do hipódromo e articula desapropriação do terreno de 619 mil metros quadrados
Carlos Petrocilo - Painel da Folha
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se diz incrédulo com o anúncio de Marconi Perillo de apresentar um projeto para transformação do Jockey Club, na zona oeste de São Paulo, em um parque construído a partir da parceria público-privada.
Ex-governador de Goiás, Perillo é presidente nacional do PSDB e conselheiro do Jockey.
"Já estive em dez reuniões com eles [conselheiros do Jockey], que ficaram desde novembro de 2022 de apresentarem uma proposta, e não apresentaram", disse Nunes.
"Pediram diversas vezes para prorrogar o prazo para apresentação de uma proposta e, até agora, nada, só postergaram", completou o prefeito.
Perillo esteve na Câmara de Vereadores de São Paulo na quinta-feira (22) em uma audiência pública para defender os interesses do Jockey, que está sob ameaça de desapropriação pela gestão Nunes.
A prefeitura afirma que o hipódromo acumula R$ 829.589.257,73 de dívidas com o município, sendo boa parte relativa ao IPTU. O clube diz que é a prefeitura quem lhe deve em função da desapropriação de um terreno para instalação do Parque Chácara do Jockey.
Nunes e alguns vereadores da base estão articulando a desapropriação do terreno de 619 mil metros quadrados por meio do processo de dação —a dívida ou parte dela pode ser quitada em troca de um bem.
Prefeitura e clube também divergem com relação ao preço do terreno. No processo administrativo no qual se discute tornar de utilidade pública o hipódromo, a PGM (Procuradoria Geral do Município) avaliou o espaço em R$ 95 milhões.
Já os conselheiros se apegam no valor venal descrito no IPTU, hoje em R$ 1,1 bilhão.
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