Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, tem sido sondado pelo PSD e PL; articuladores afirmam que definição deve sair após viagem internacional para os Estados Unidos
Luísa Marzullo - O Globo
Com a filiação de Eduardo Leite ao PSD nesta sexta-feira e a migração de Raquel Lyra em março, o PSDB se vê cada vez mais esvaziado nos governos estaduais. Agora, o partido pode perder também seu último governador remanescente: Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul. Discreto, mas atento às movimentações, Riedel tem sido alvo de sondagens tanto do PSD quanto do PL, e seu futuro político está em aberto.
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Nos bastidores, o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, chegou a convidá-lo para ingressar no partido. Paralelamente, o governador também recebeu propostas no Partido Liberal (PL).
Uma reunião com dirigentes do PL está marcada para o próximo dia 21, e a expectativa é de que Valdemar Costa Neto, presidente nacional da sigla, esteja presente.
Apesar do convite do PL, interlocutores próximos avaliam com cautela essa possibilidade. Com uma base de apoio ampla que vai do PT ao próprio PL, a avaliação é de que Riedel não teria motivos estratégicos para se vincular de forma direta ao bolsonarismo, o que poderia restringir seu campo de alianças futuras. A imagem de moderação e equilíbrio tem sido uma das marcas de sua gestão.
Por ora, não há previsão de anúncio oficial. Riedel embarca nos próximos dias para uma viagem aos Estados Unidos, onde deve se reunir com investidores. Segundo aliados, qualquer definição partidária deve ocorrer apenas após seu retorno ao Brasil.
Enquanto isso, a permanência no PSDB parece cada vez menos viável. Assim como Leite, Riedel aguardava a fusão entre o PSDB e o Podemos como uma tentativa de reestruturação da sigla. A expectativa era de que a nova legenda pudesse formar uma federação com partidos de maior presença nacional, como Republicanos ou MDB. No entanto, esse cenário perdeu força nas últimas semanas: o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, já descartou publicamente essa possibilidade, e, embora ainda haja diálogo com o MDB de Baleia Rossi, as chances são vistas como remotas.
A eventual saída de Riedel representaria um golpe no já fragilizado PSDB. Após as perdas em Pernambuco e, agora, no Rio Grande do Sul, o Mato Grosso do Sul vinha é o último bastião de influência tucana. O estado reúne 44 prefeitos filiados ao PSDB — mais da metade dos municípios — e cerca de 260 vereadores.
Os traíras.
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