A legenda que já governou o Brasil duas vezes, acabou com a hiperinflação e estabilizou a moeda é uma versão pálida e esquálida do que já foi, e periga diminuir ainda mais de tamanho
Partido que governou o Brasil por oito anos seguidos com Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), período em que conseguiu estabilizar a moeda e acabar com a hiperinflação no país, o PSDB está enfraquecido. Mas não é só. Vem perdendo quadros e definhando cada vez mais.
A forte e poderosa legenda que comandou o estado de São Paulo, o mais rico do país, por 28 anos – desde a eleição em 1994 de Mario Covas (morto em 2001) –, já teve mais de 100 deputados federais. Hoje tem 13. E conta com apenas um senador.
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Na última eleição municipal, viu o número de prefeitos no estado de São Paulo cair de 173 para 21. Entre os 39 municípios da Grande São Paulo, o partido tinha 11 prefeituras e ficou com apenas uma: Santo André. No Brasil, o número de administrações municipais foi reduzido quase à metade: de 523 para 276.
Como lembrou seu próprio presidente nacional, o ex-governador e ex-senador goiano Marconi Perillo, o PSDB já teve representantes governando 18 estados em momentos diferentes. Hoje tem apenas três: Eduardo Leite, no Rio Grande do Sul; Eduardo Riedel, no Mato Grosso do Sul; e Raquel Lyra, em Pernambuco.
Para desespero da cúpula partidária, Raquel e Riedel ameaçam agora deixar o partido. A governadora pernambucana, que mantém boas relações com o governo Lula, tem se aproximado cada vez mais do PSD de Gilberto Kassab, e critica o fato de o PSDB fazer oposição sistemática a Lula, independentemente de as medidas adotadas pelo governo serem boas ou ruins.
Já Riedel e seu mentor político, o ex-governador do estado Reinaldo Azambuja, hoje tesoureiro do PSDB, podem migrar para o PL de Valdemar Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Perillo diz não ter elementos para concluir que os dois pretendam abandonar o já modesto ninho tucano. Para ele, seria uma “surpresa”.
Em São Paulo, onde o PSDB perdeu nos últimos anos figuras graúdas, como o vice-presidente da República Geraldo Alckmin, hoje no PSB, há ensaios para uma nova debandada. Em junho, deixaram o partido o ex-ministro das Relações Exteriores do governo FHC Aloysio Nunes Ferreira e Renata Covas, filha de Mário Covas e mãe de Bruno Covas, o prefeito paulistano morto precocemente em 2021.
Outros quadros, menos conhecidos do grande público mas historicamente importantes dentro da legenda, também estão saindo.
Fonte: Gilberto Nascimento - do PlatôBR/ISTOÉ
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