Pesquisa Quaest: Ricardo Nunes tem 45% das intenções de voto, contra 33% de Boulos

Levantamento indica que 45% do entrevistados dizem ter "medo" de ver psolista eleito

Ricardo Nunes e Boulos

Nicolas Iory - O Globo

A primeira pesquisa da Quaest para o segundo turno da eleição em São Paulo, divulgada nesta quarta-feira, mostra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) à frente de Guilherme Boulos (PSOL). São 45% dos eleitores os que indicam preferência pelo candidato à reeleição, contra 33% que escolhem o deputado federal. Outros 19% declaram a intenção de votar em branco ou nulo, e 3% se dizem indecisos.

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A pesquisa da Quaest foi feita entre domingo e terça-feira e capta as percepções dos eleitores num momento em que a capital paulista enfrentava um novo apagão decorrente de um temporal ocorrido na sexta-feira — e que ainda hoje causa problemas para milhares de moradores da cidade. Parte dos entrevistados também pôde assistir ao debate realizado pela TV Bandeirantes, na noite de segunda-feira, que teve a crise da energia como tema central.

No levantamento anterior, divulgado na véspera do primeiro turno, a simulação apontava vantagem de 18 pontos para Nunes, com placar de 51% a 33% favorável ao emedebista. Agora, considerando a margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos, Nunes registra de 6 a 18 pontos de frente para o candidato do PSOL. Na quinta-feira passada, com a ressalva de que pesquisas feitas em períodos e por institutos diferentes não podem ser diretamente comparadas, o Datafolha indicou distância de 22 pontos entre os dois candidatos.

A pesquisa da Quaest mostra que 74% dos eleitores que votaram em Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno agora miram para Ricardo Nunes, enquanto 13% optam pelo voto em Boulos, e 12% falam que votarão em branco ou nulo, ou nem mesmo irão às urnas. No eleitorado de Tabata Amaral (PSB), são 54% os que agora preferem Boulos, e 23% dizem ter a intenção de votar no atual prefeito.

Na pesquisa espontânea, em que o entrevistado fala em quem pretende votar sem ser lembrado de suas opções, Nunes marca 38%, contra 28% de Boulos. São 26% os que dizem espontaneamente que ainda não escolheram um candidato para o segundo turno, enquanto brancos e nulos chegam a 8%.

Nunes chega ao segundo turno com a vantagem de ter sido o candidato com a maior votação no dia 6 de outubro, com 29,48% dos votos válidos — só 25 mil a mais que Boulos. O candidato à reeleição tem buscado afastar sua imagem do apagão, jogando a culpa para a concessionária Enel, e usa sua propaganda no rádio e na TV para se apresentar como o caminho da segurança, em contraposição ao “extremismo” supostamente representado por Boulos.

O candidato do PSOL recebeu o apoio de Tabata e José Luiz Datena (PSDB) — ainda que a contragosto dos caciques tucanos —, mas tem feito seus principais acenos para os eleitores de Pablo Marçal, o terceiro colocado no primeiro turno. Boulos reforçou suas mensagens para os trabalhadores autônomos e moradores da periferia que escolheram o empresário na primeira votação. Até o estilo do ex-coach foi reproduzido em uma de suas propagandas.

Um desafio adicional para o deputado federal é o fato de as pesquisas indicarem em uníssono que a rejeição a seu nome é maior do que a manifestada pelos eleitores ao seu adversário. A Quaest indica que 45% dizem ter "medo" de ver Boulos eleito, enquanto 32% afirmam temer a reeleição do emedebista.

Quando perguntados sobre as características que identificam em cada candidato, os eleitores avaliam Nunes como "experiente" (59%) e "capaz de tomar decisões em momentos de crise" (46%). Boulos é visto como "preocupado com os mais pobres" e "carismático" (38%).

A pesquisa foi contratada pela TV Globo e considerou entrevistas com 1.204 eleitores de 16 anos ou mais, feitas entre 13 e 15 de outubro. Na Justiça Eleitoral, o levantamento está registrado sob o código SP-05735/2024.

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