Coligação de Nunes lidera e direita encolhe na Câmara de SP; veja evolução das bancadas

Se eleito, prefeito terá base de 65% dos vereadores


O próximo prefeito de São Paulo terá que trabalhar junto a uma Câmara Municipal mais ao centro e menos à direita do que a eleita no último ciclo. PL, MDB e PP viram suas vagas crescerem no maior Legislativo municipal do país, enquanto o PSDB, que deteve uma das maiores bancadas em 2020, sumiu.

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Os partidos de direita passaram de 26 para 17 cadeiras; os de centro, de 12 para 20; e os de esquerda, de 17 para 18, de acordo com classificação do GPS partidário da Folha. A fragmentação da casa diminuiu, como era esperado com a reforma eleitoral, passando de 18 para 16 partidos em sua composição.

Caso seja reeleito no segundo turno, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) terá 36 aliados no Legislativo (65%) na soma das legendas de sua grande coalizão, que contou com o maior tempo de TV da histórianestas eleições. Já o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) teria uma base de 16 vereadores (25%).


Dos 55 vereadores eleitos, 20 são novos, um índice de renovação na casa de 36%, mais baixo do que o das últimas duas eleições (40%).

Ainda assim, os três mais votados foram novatos: Lucas Pavanato (PL), influenciador digital bolsonarista de 26 anos; Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni, morta em 2008; e Dr. Murillo Lima (PP), veterinário que tem como pauta a defesa dos animais.

Nomes que acumulam décadas na Câmara, como Arselino Tatto (PT), Paulo Frange (MDB) e Aurélio Nomura (PSDB), não foram reeleitos. Outros como Jair Tatto (PT), Edir Sales (PSB) e Eliseu Gabriel (PSB) continuarão no cargo (veja lista ao final).

As mulheres passaram de 13 para 20 cadeiras (36%), mais do que triplicando sua representação na casa em relação a 12 anos atrás, mas ainda longe da sua proporção na população da cidade, de 53%.

O PT do presidente Lula manteve 8 suas cadeiras e angariou a maior bancada da Casa, mesmo sem contar neste ano com grandes puxadores de voto como Eduardo Suplicy, que se tornou deputado estadual em 2022. A sigla reelegeu Luna Zarattini e Alessandro Guedes e terá o urbanista Nabil Bonduki de volta após oito anos.

Já o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro foi o que mais cresceu, passando de 2 para 7 vagas. Mostrou-se acertada a estratégia de impulsionar influenciadores digitais jovens como Pavanato e a cubana Zoe Martínez, apadrinhada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

O atual presidente da Câmara paulistana, Milton Leite (União Brasil), que pela primeira vez em 30 anos não concorreu à reeleição, conseguiu transferir seus votos e eleger seus três apadrinhados: Silvão Leite, Silvinho e a pastora Sandra Alves, que tiveram as campanhas mais caras da cidade —os três são do União Brasil.

Seu partido não conseguiu bater a meta de atingir 10 cadeiras, mas aumentou um pouco sua composição de 6 para 7 cadeiras, ficando com a segunda maior bancada ao lado de PL e MDB, após apostar numa variedade de candidatos famosos e nomes mais radicais.

Entre os eleitos do União Brasil estão ainda Amanda Vettorazzo, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), e o vereador Rubinho Nunes, acusado de traição por aliados de Nunes por apoiar na campanha Pablo Marçal (PRTB). Adrilles Jorge, ex-BBB e ex-comentarista da Jovem Pan, não foi um dos mais votados, mas foi puxado pelos votos do partido.

O PSOL, por sua vez, manteve suas seis cadeiras na esteira da ida de Boulos para o segundo turno, assim como como ocorreu em 2020. Entraram, por exemplo, a travesti e ativista Amanda Paschoal e a psicóloga e ativista dos movimentos negro Luana Alves. O mandato coletivo Bancada Feminista, um dos mais votados em 2020, não se reelegeu.

Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella Nardoni, ajudou a arrastar seis vagas para o Podemos, duas a mais do que em 2020. Além desses, também vão compor a Câmara Municipal de São Paulo o PP (4), PSD (3), Republicanos (2), PSB (2), Novo (1), PV (1) e Rede (1) —único que ainda não tinha uma cadeira, agora ocupada por Marina Bragante.

VEJA A LISTA DE VEREADORES ELEITOS EM SÃO PAULO
  • Lucas Pavanato (PL) 161.386 votos
  • Ana Carolina Oliveira (Podemos) 129.563
  • Dr. Murillo Lima (PP) 113.820
  • Sargento Nantes (PP) 112.484
  • Amanda Paschoal (PSOL) 108.654
  • Rubinho Nunes (União Brasil) 101.549
  • Luna Zarattini (PT) 100.921
  • Luana Alves (PSOL) 83.262
  • Dra Sandra Tadeu (PL) 74.511
  • Pastora Sandra Alves (União Brasil) 74.192
  • Silvão Leite (União Brasil) 63.988
  • Isac Félix (PL) 62.275
  • Zoe Martinez (PL) 60.272
  • Rodrigo Goulart (PSD) 58.715
  • Danilo Do Posto De Saúde (Podemos) 58.676
  • Gabriel Abreu (Podemos) 58.581
  • Edir Sales (PSD) 58.190
  • Alessandro Guedes (PT) 58.183
  • Celso Giannazi (PSOL) 57.789
  • Cris Monteiro (Novo) 56.904
  • Silvinho (União Brasil) 53.453
  • Thammy Miranda (PSD) 50.234
  • Nabil Bonduki (PT) 49.540
  • Janaina Paschoal (PP) 48.893
  • Fabio Riva (MDB) 44.627
  • Major Palumbo (PP) 43.455
  • Rute Costa (PL) 43.090
  • Sidney Cruz (MDB) 42.988
  • George Hato (MDB) 42.837
  • Sansão Pereira (Republicanos) 42.229
  • André Santos (Republicanos) 41.379
  • Hélio Rodrigues (PT) 40.753
  • Amanda Vettorazzo (União Brasil) 40.144
  • Marcelo Messias (MDB) 40.079
  • Marina Bragante (Rede) 39.147
  • Tripoli (PV) 39.039
  • Simone Ganem (Podemos) 38.540
  • Sandra Santana (MDB) 38.326
  • João Jorge (MDB) 36.296
  • Ely Teruel (MDB) 35.622
  • Professor Toninho Vespoli (PSOL) 34.735
  • Silvia Da Bancada Feminista (PSOL) 34.537
  • Sonaira Fernandes (PL) 33.957
  • Dr. Milton Ferreira (Podemos) 33.493
  • João Ananias (PT) 33.225
  • Kenji Palumbo (Podemos) 32.495
  • Ricardo Teixeira (União Brasil) 31.566
  • Jair Tatto (PT) 30.905
  • Eliseu Gabriel (PSB) 30.706
  • Dheison (PT) 30.575
  • Senival Moura (PT) 30.480
  • Renata Falzoni (PSB) 30.206
  • Keit Lima (PSOL) 27.769
  • Adrilles Jorge (União Brasil) 25.038
  • Gilberto Nascimento (PL) 22.306

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