Candidatos à Prefeitura de SP se enfrentam em debate Folha/UOL nesta segunda-feria (30) às 10h

Encontro será o primeiro deste ano no formato com banco de tempo a ser administrado pelos candidatos


Os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo se enfrentam nesta segunda-feira (30), às 10h, em debate promovido pela Folha e pelo UOL.

Confirmaram presença o prefeito Ricardo Nunes (MDB), o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), o influenciador Pablo Marçal (PRTB)e a deputada federal Tabata Amaral (PSB). O debate será transmitido pelos sites da Folha e do UOL.

Este será o primeiro debate da campanha de São Paulo neste ano com o formato de banco de tempo, em que o próprio candidato administra a duração das falas dentro de um limite estabelecido.


Nesta segunda, este limite será de 20 minutos. Cada candidato poderá usar na mesma resposta um máximo de 5 minutos do seu banco de tempo. O encontro, com quatro blocos, terá ao todo 90 minutos de duração.

Cada candidato poderá fazer uso da palavra em qualquer resposta, mesmo que a pergunta não tenha sido dirigida a ele. Para isso, deverá sinalizar com a mão que gostaria de fazê-lo. Quando começar a falar, seu tempo passará a ser descontado. O cronômetro travará novamente quando ele encerrar sua fala.

A organização convidou inicialmente os três candidatos mais bem posicionados na pesquisa Datafolha. Depois, chamou também Tabata, que aparece numericamente em quarto lugar.

O mais recente levantamento do instituto, divulgado na última quinta-feira (26), mostra um cenário de estabilidade. Nunes, com 27%, e Boulos, com 25%, lideram a corrida. Marçal manteve o terceiro lugar, com 21%, e Tabata marcou 9%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Folha e UOL disponibilizaram equipe de seguranças dentro e fora do estúdio e aceitaram diferentes sugestões colocadas pelas equipes dos candidatos.

No dia 23, em debate organizado pelo Flow Podcast, um assessor de Marçal, Nahuel Medina, agrediu o marqueteiro de Nunes, Duda Lima. Antes, em debate da TV Cultura no dia 15, José Luiz Datena (PSDB) deu uma cadeirada em Marçal.

Na sexta-feira (27), a Justiça de São Paulo determinou medida protetiva ao marqueteiro contra Nahuel, que não compareceu ao debate da TV Record, no sábado (28).

Aliados de Nunes avaliam que o formato de banco de tempo no debate da Folha e do UOL é um desafio por causa do comportamento imprevisível de Marçal. A tendência é usar a mesma estratégia que ele —caso o influenciador decida poupar seu tempo, o prefeito deve seguir a mesma linha, para evitar que o rival fale sozinho depois.

A equipe de Nunes também pretende usar o recurso do direito de resposta para responder aos ataques de Marçal, preservando, assim, o tempo para discutir propostas.

O prefeito também deve usar o debate para se diferenciar de Boulos, argumentando que o adversário e seu partido não têm experiência para estar à frente de uma cidade como São Paulo.

A campanha do deputado do PSOL aposta nos debates da reta final —o último, da TV Globo, será na quinta-feira (3)— para o candidato divulgar propostas que possam atingir sobretudo eleitores mais pobres. Assessores afirmam que será avaliada a calibragem do enfrentamento a Nunes e Marçal no evento da Folha e do UOL e o nível de destaque que dará à aliança com Lula (PT).

A equipe de Boulos lembra que ele, com mais campanhas no currículo do que os rivais, tem experiência com o formato de banco de tempo. Em 2020, quando também concorreu a prefeito, ele participou do debate Folha/UOL que já adotava esse modelo.

A avaliação é que o deputado terá mais facilidade para encontrar saídas caso Marçal faça uso distorcido do mecanismo —por exemplo, evitando discutir temas ou reservando os minutos finais para confrontar adversários quando perceber que não terão tempo para rebatê-lo ou desmenti-lo.

Estrategistas têm aconselhado Boulos a investir na exposição de seus projetos para convencer eleitores que hoje estão com Nunes ou flertam com Marçal.

O influenciador disse neste domingo (29) que, "se [os próximos debates] forem imparciais", vai manter comportamento mais ameno no embate com outros candidatos, como ocorreu no evento da Record.

"Espero que seja assim amanhã na Folha. Mas também se não for o pau vai quebrar. Se acontecer alguma injustiça não faz sentido se comportar como se nada estivesse acontecendo", afirmou Marçal.

Tabata diz que a última semana antes do pleito é importante para virar votos, especialmente de quem hoje está inclinado a votar em Boulos ou Nunes.

Ela aposta nos debates para ampliar a margem de votos e diz acreditar que os próximos embates vão atrair ainda mais a população —a equipe da candidata se apoia no fato de que metade da população indicou na pesquisa espontânea do Datafolha que ainda não sabe em quem pretende votar.

Nos embates com os adversários, Tabata não deve mudar de estratégia. "Não dou cadeirada em ninguém, não sou da baixaria", ela afirma, em referência às agressões dos últimos debates.

"Não tem nada que eu possa fazer para me destacar nesse pós. O que posso fazer é o que eu tenho feito até aqui, e contar com atenção maior do público para mostrar que nosso time é o mais preparado e temos o melhor projeto."

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