Ricardo Nunes diz que romperá contrato com empresas de ônibus se ficar provada ligação com PCC

Declaração do prefeito foi dada em entrevista ao “Fantástico” da TV Globo

Ricardo Nunes 

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que romperá os contratos com empresas de ônibus que atuam na capital, caso fique comprovada a ligação das companhias com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A declaração foi dada em entrevista ao “Fantástico”, da TV Globo, que foi ao ar neste domingo, 14.

“Uma vez que for comprovado que existe alguma ligação com o PCC, automaticamente nós vamos romper o contrato”, disse Nunes.

Na terça-feira, 9, as empresas Upbus e TransWolff foram alvo da operação Fim da Linha, do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP). E, no mesmo dia, o MPSP denunciou 29 pessoas sob a acusação de participação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, extorsão e apropriação indébita.

Na operação de sexta-feira, foram presas seis pessoas. Foram apreendidas 11 armas, 813 munições de vários tipos e R$ 161 mil em espécie, além de computadores, HDs externos e pen-drives. Também foram apreendidos valores em dólares e barras de ouro. Segundo o MPSP, a cúpula das empresas de ônibus era ligada ao PCC e usava as atividades das empresas como fachada para lavar o dinheiro vindo do tráfico, isto é, simular uma origem lícita para os recursos. A operação foi conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP, em parceria com a Receita Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

De acordo com a denúncia do MPSP, entre 2014 e 2024, os dirigentes do PCC Silvio Luiz Ferreira, o “Cebola” e Décio Gouveia Luiz, o “Décio Português”, injetaram mais de R$ 20 milhões da organização numa cooperativa de transporte da Zona Leste que viria a se tornar a UpBus – da qual ambos são sócios. Já a TransWolff teria sido usada por Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o “Pandora” para lavar R$ 54 milhões vindos das atividades criminosas do PCC, segundo o Ministério Público paulista.

O Gaeco também convocou como testemunhas o vereador Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal, e o deputado federal Gilmar Tatto (PT-SP).

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