Aécio sinaliza que PSDB não deverá apoiar Tabata em São Paulo, dizem emedebistas

Deputada federal e atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), almejam aliança com a sigla, que não descarta candidatura própria na capital paulista

Aécio Neves e Marconi Perillo

Mônica Bergamo - Folha.com

Um dos nomes mais influentes de seu partido, o deputado federal Aécio Neves (MG) teria sinalizado que o PSDB não irá compor chapa com Tabata Amaral (PSB-SP) na disputa pela Prefeitura de São Paulo. A afirmação é feita por emedebistas que estabeleceram tratativas com o parlamentar mineiro nos últimos dias.

Tabata tem buscado construir uma aliança com os tucanos, num arranjo que mira a indicação do apresentador José Luiz Datena, recém-filiado ao PSDB, como seu vice. Ricardo Nunes (MDB), atual prefeito da capital paulista e pré-candidato à reeleição, também busca o apoio da legenda.

De acordo com lideranças emedebistas ouvidas pela coluna, Aécio teria dito que Tabata pode não conseguir cumprir uma cláusula considerada fundamental para o PSDB: a de não apoiar Guilherme Boulos (PSOL-SP) caso ele avance para o segundo turno com Nunes.

A avaliação é a de que a pré-candidata, se optasse por esse caminho, ficaria numa saia justa com correligionários importantes, como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Empreendedorismo, Márcio França. Além do PSB, os dois integram o governo do presidente Lula (PT), que defende a candidatura de Boulos.

O endosso de Tabata ao psolista nas eleições municipais de 2020 também é citado como motivo para desconfiança. Naquele ano, Boulos disputou a prefeitura contra um tucano nato, Bruno Covas, que se sagrou vencedor da disputa.

Nessas mesmas conversas com membros do MDB, Aécio ainda teria dito que não poderia prometer o apoio do PSDB a Ricardo Nunes. A ressalva, porém, não desanimou lideranças emedebistas, que afirmam que na política todo gesto importa e que tudo pode ser construído.

Na semana passada, o diretório municipal do PSDB em São Paulo rejeitou embarcar na campanha pela reeleição de Nunes, defendendo que a sigla tenha candidatura própria ou então se associe a outro nome.

À Folha, o presidente dos tucanos, Marconi Perillo, afirmou que a preferência é ter uma candidatura própria na capital, mas que nenhum cenário, inclusive o de apoio a Nunes, está descartado. Perillo disse ainda que a decisão, que caberá ao PSDB nacional, será tomada a partir de pesquisas eleitorais.

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