Alckmin será indenizado em R$ 150 mil por revista que o associou à corrupção quando era governador

STJ condenou a IstoÉ por reportagem de 2013 que relacionou o vice-presidente a esquemas de desvio de dinheiro durante sua gestão do Estado de São Paulo

Geraldo Alckmin

Julia Camim - Estadão

A Terceita Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que a editora responsável pela revista IstoÉ deve indenizar o vice-presidente Geraldo Alckmin por danos morais em R$150 mil. O colegiado entendeu que a reportagem “O Propinoduto do Tucanato Paulista”, publicada em 2013, extrapolou os limites do direito à informação ao associar o ex-governador de São Paulo a esquemas de corrupção envolvendo o transporte público da capital paulista.

O STJ condenou a empresa Três Editorial sob argumento de que a publicação, que relacionava Alckmin ao desvio de dinheiro público em contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) durante seu governo, “dando a entender que Geraldo não só sabia dos esquemas de corrupção, como nada fez para combatê-los”, causou dano à sua imagem e moral.

O Estadão procurou a Editora Três, condenada pelo STJ e responsável pela revista IstoÉ, mas não obteve respostas até o momento da publicação deste texto.

A condenação já havia se dado em primeira instância, quando a revista ainda foi obrigada a retirar o produto de circulação. Contudo, a sentença foi alterada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que avaliou o conteúdo como mera narração de denúncias e investigações sobre o caso.

Para restabelecer a indenização, o relator do processo no STJ ministro Moura Ribeiro partiu da premissa de que o direito à liberdade de expressão deve ser limitado em razão de outros direitos fundamentais, como a inviolabilidade da honra. Ele afirmou que a revista, apesar de utilizar informações oficiais públicas, ultrapassou o limite do direito à informação ao associar Alckmin à investigação criminosa.

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