Exército reforma celas para eventuais prisões de aliados de Bolsonaro

Instalações em quartéis de Brasília começaram ser mobiliadas a partir da prisão de Mauro Cid; ex-presidente e outros 13 investigados prestam depoimentos nesta 5ª

Jair Bolsonaro

Caio Vinícius Luciana Saravia - Poder360

Celas especiais estão sendo montadas pelo Exército para atender eventuais prisões de militares. Autoridades nas Forças Armadas antecipam o avanço das investigações da PF (Polícia Federal) que miram supostas tratativas golpistas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). 

O portal Poder360 apurou que algumas instalações foram ativadas durante a prisão do tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele foi preso em maio de 2023 no caso de inserção de dados falsos em carteiras de vacinação de Bolsonaro, familiares do ex-presidente e de Cid.

Uma nova leva de ativações começou durante a operação Tempus Veritatis, que mirou Bolsonaro e aliados –incluindo militares– em 8 de janeiro de 2024. A PF prendeu 4 pessoas de maneira preventiva, 3 delas eram do Exército. 

Eis os militares que foram alvos de pedidos de prisão 
  • Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército; 
  • Rafael Martins, major do Exército; 
  • e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército. 

As celas têm aproximadamente 20 m², com grades nas janelas, mobília e câmaras internas. Cada unidade tem sistema de monitoramento nas suas dependências. Estão localizadas no Batalhão de do Exército, em Brasília, mas há outras unidades no BGP (Batalhão de Guarda Presencial) e no Regimento de Cavalaria. 

O ex-presidente e outras 13 pessoas investigadas na Tempus Veritatis irão depor na PF na 5ª feira (22). Bolsonaro deve se manter em silêncio por orientação da defesa. 

Eis os investigados a serem ouvidos pela PF nesta 5ª: 
  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República 
  • Filipe Martins – ex-assessor especial de Bolsonaro; 
  • Marcelo Câmara – coronel do Exército e ex-assessor; 
  • Rafael Martins – major das Forças Especiais do Exército; 
  • Bernardo Romão Corrêa – coronel do Exército; 
  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL (Partido Liberal); 
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; 
  • Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional; 
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Mário Fernandes, ex-chefe substituto da Secretaria-Geral da Presidência da República; 
  • Walter Braga Netto, ex-ministro-chefe da Casa Civil; 
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; 
  • Tercio Arnauld, ex-assessor de Jair Bolsonaro; 
  • e Cleverson Ney Magalhães, coronel do Exército.

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