Brasil poderia liderar o mundo, mas escolhe o caminho errado

Para piorar, o presidente brasileiro recebeu constrangedores elogios dos terroristas que qualquer democrata deveria repudiar

Marconi Perillo

Marconi Perillo - Presidente Nacional do PSDB

O Brasil está no caminho errado na política internacional. Por seu tamanho, por sua importância econômica no mundo, por seu histórico de país pacifista, pelo papel histórico de sua diplomacia, o Brasil deveria optar por ser líder de nações democráticas ao defender a paz e combater ditaduras. Estamos indo justamente na direção contrária.

Recente declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comparando a ação militar de Israel em Gaza ao Holocausto, colocou o Brasil ainda mais em evidência no cenário internacional. E da pior maneira. O mesmo Brasil que não condena a destruição da Ucrânia pela Rússia, que não se manifesta pela democracia quando mais um líder opositor ao regime russo morre em circunstâncias misteriosas, acusa judeus de repetir Holocausto mesmo depois de seu país ter sofrido um abjeto atentado terrorista. Que os erros cometidos por Israel na guerra sejam debatidos nos fóruns internacionais adequados, mas o direito israelense de se defender e garantir que novos atentados não ocorram é mais do que certo. Para piorar, o presidente brasileiro recebeu constrangedores elogios dos terroristas que qualquer democrata deveria repudiar.

Na mesma linha, o governo brasileiro segue calado contra as violações aos direitos humanos aqui mesmo na América do Sul, na vizinha Venezuela. A expulsão de uma missão da ONU após a injustificável prisão de uma ativista não recebeu um mísero comentário de nosso governo. Até mesmo líderes de esquerda de nosso continente, como o presidente chileno Gabriel Boric e o ex-presidente uruguaio Jose Mujica já fizeram o que o presidente brasileiro se recusa a fazer e que deveria ser o óbvio: condenar a ditadura venezuelana. Cabe ressaltar o bom papel que a diplomacia brasileira cumpriu na tensão criada pela Venezuela em relação a Essequibo, na Guiana.

O governo brasileiro parece ter escolhido o lado daqueles que se opõem aos Estados Unidos. Um alinhamento automático completamente equivocado e que, para além de um simples erro de nossa política externa, tende a causar graves prejuízos à nossa já frágil economia. Ainda há tempo de corrigir a rota. É o que esperamos!


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