José Serra recebe Prêmio Cidade de São Paulo

Prefeito Ricardo Nunes homenageou16 personalidades que transformaram São Paulo em uma cidade melhor

José Serra e Ricardo Nunes

O prefeito Ricardo Nunes entregou o Prêmio Cidade de São Paulo a 16 pessoas, empresas e instituições em cerimônia realizada no Theatro Municipal na noite desta terça-feira (30). Criado em 2017, o prêmio é uma homenagem e reconhecimento a quem contribuiu para tornar a cidade mais justa, bonita e solidária.

Entre os homenageados estava o ex-prefeito e ex-governador de São Paulo, José Serra, a quem o prefeito fez questão de dizer algumas palavras para reforçar a homenagem. “Nós temos muita gratidão por tudo o que você fez. Dedicou a sua vida pela nossa cidade, nosso Estado, nosso país. Muito obrigado por tudo”, disse o prefeito. Emocionado, Serra retribuiu: “Eu é que sou grato pelas suas palavras.”

As pessoas, empresas e entidades foram escolhidas por um comitê, tendo como foco toda a diversidade da cidade, para que representassem as mais variadas áreas. “Temos toda a representatividade da nossa cidade, a cidade de oportunidades, acolhedora, empreendedora, da tecnologia, do jovem, que cuida das mulheres, que reconhece o trabalho que seus políticos fizeram, enfim, de cada um que contribui para o crescimento de uma cidade mais justa”, afirmou Nunes, ressaltando que o evento também faz parte das comemorações dos 470 anos de São Paulo.

Conheça todos os homenageados:

José Serra
O combativo José Serra nunca teve medo das boas batalhas. E ele gosta das grandes, como a que proibiu o cigarro em ambientes fechados de uso coletivo quando foi prefeito da cidade de São Paulo, de 2005 a 2006. Não faltaram reclamações – comerciantes, clientes, indústria. Mas Serra mostrou que estava do lado certo e a política antitabagismo virou lei estadual e depois federal.

Quando foi ministro da Saúde, no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1998, Serra já havia comprado outra briga com gigantes: quebrou a patente de medicamentos, em especial os dedicados ao tratamento do HIV, e criou os remédios genéricos, mais baratos.

O currículo da vida política de José Serra é extenso: foi secretário estadual, ministro duas vezes, prefeito e governador de São Paulo, senador. Serra sempre teve São Paulo como farol, mas com propostas e decisões que reverberam por todo o país e que beneficiam milhões de brasileiros.

Adriana Barbosa
Paulistana, é fundadora do Festival Feira Preta e CEO da PretaHub, uma aceleradora de negócios fundada por empreendedores negros. Em outubro do ano passado, a PretaHub, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, realizou a 2ª edição do ‘SPerifas’, projeto dedicado à promoção e celebração da cultura e do empreendedorismo periférico de São Paulo.

Formada pela ECA-USP, em 2020 Adriana foi reconhecida como a primeira mulher negra entre os ‘Inovadores Sociais do Mundo no Ano’ pelo Fórum Econômico Mundial. Anos antes, em 2017, já havia sido homenageada como um dos 51 negros com menos de 40 anos mais influentes do mundo segundo o Mipad, premiação mundial reconhecida pela ONU.

Alexandre Allard
O francês está à frente do Complexo Cidade Matarazzo, projeto aprovado pela Prefeitura em 2015 e apoiado pela atual gestão por meio do trabalho colaborativo de inúmeras instâncias e secretarias envolvidas nas obras e processos necessários para a construção do empreendimento, como CONPRESP, SIURB, SVMA, SMUL e SMT, entre outros.

Allarde está transformando o conceito de urbanismo no entorno de um dos eixos mais importantes da cidade, ao desenvolver no Complexo Cidade Matarazzo, na Rua Itapeva, a 200 metros da Paulista, uma proposta de preservação do patrimônio com o propósito de fazer as pessoas, a cultura e a natureza coexistirem e prosperarem juntas.

Alexandre Borba Chiqueta (Gaulês)

O maior streamer do Brasil deu seus primeiros passos no mundo dos games em uma lan house no bairro do Tatuapé, na zona leste. Em 2012, criou o projeto da Seleção Brasileira de Games, levando São Paulo a conquistar títulos internacionais, como o Pan Americano no Chile.

Gaulês também criou a Brazil Gaming League e fundou, em 2013, a Agência X5, a primeira agência especializada em marketing e transmissão de E-Sports no Brasil.

Danilo Santos de Miranda (em memória)
É difícil pensar na cultura paulistana sem associá-la a Danilo Santos Miranda, que morreu em outubro de 2023. Filósofo e cientista social, Danilo Miranda foi diretor regional do Serviço Social do Comércio (Sesc) durante 39 anos.

Tudo o que o Sesc oferece como contribuição à cidade passou pelas mãos de Danilo Miranda, reconhecido por sua visão humanista. Ele fez do Sesc um instrumento de diminuição de injustiças e de conscientização.

Eduardo Jorge Martins Alves Sobrinho

A história do médico sanitarista Eduardo Jorge se confunde com a história recente de São Paulo, onde se especializou em Medicina Preventiva e Saúde Pública, na Universidade de São Paulo (USP), nos anos 1970.

Seu foco sempre foi a periferia da capital, onde atuou em movimentos populares e organizou os primeiros conselhos populares de saúde, em 1978. Foi assim que trilhou o caminho para a política, que o levou a ser deputado federal e estadual em várias legislaturas, além de secretário da Saúde e do Verde e Meio Ambiente da capital.

Francisca Ribeiro da Silva

É uma das principais ativistas da região de Cidade Tiradentes, na zona leste, moradora do bairro Barro Branco há 33 anos. Reconhecida pela comunidade, foi a mais votada da subprefeitura para o Conselho Participativo Municipal (CPM) biênio 2022/2024.

É também presidente da Associação Comunitária Bem Querer, que desde 2003 atende jovens e adultos nos eixos de cultura e educação, oferecendo à comunidade cursos de alfabetização, reforço escolar, escolinha de futebol, cursos de artesanato, panificação, inglês, espanhol, corte costura e auxiliar administrativo.

Gianpietro Carraro
O padre italiano Gianpietro Carraro chegou ao Brasil em 1994 e em 2005 iniciou a Missão Belém, com a irmã Cacilda da Silva Leste, na Arquidiocese de São Paulo. A Missão Belém é um movimento religioso católico que já transformou a vida de muitas pessoas que viviam em situação de miséria nas ruas da Zona Leste da cidade. Cerca de 150 mil pessoas já foram acolhidas e recuperadas de vícios, e muitos se tornaram missionários.

O padre passa meses vivendo com pessoas em situação de rua, sob pontes ou em calçadas, para apresentar levar o Evangelho e propiciar a saída do vício e das ruas. Atualmente, a entidade abriga 2.300 pessoas, 600 das quais são doentes crônicos.

GL events
A empresa francesa GL events está dando uma nova “cara” ao histórico Anhembi, palco de tantos desfiles de Carnaval da cidade. O local está sob concessão da empresa, que está transformando seus 400 mil metros quadrados em um polo de entretenimento e eventos nos próximos dois anos.

A proposta da GL é que paulistanos e pessoas de todos os lugares do mundo possam desfrutar de um espaço moderno, mas que também ofereça o conceito de “novo bairro”, com equipamentos que atendem às necessidades da população local. O complexo pode gerar um impacto econômico anual em negócios na cidade de R$ 5 bilhões.

Inspetora Superintendente Márcia Aparecida Assis

Guarda Civil Metropolitana há 37 anos, Márcia Aparecida Assis Merinho é daquelas pessoas que inspiram em gestos e atitudes como comandante da Inspetoria de Defesa da Mulher e Ações Sociais.

Formada em Direito, Márcia se especializou em Psicopedagogia Institucional, formação que a ajuda no dia a dia como coordenadora do Programa Guardiã Maria da Penha, que busca efetivar o cumprimento das medidas protetivas concedidas às mulheres vítimas de violência doméstica, por meio da fiscalização, com o objetivo de preservar e proteger a vida e dos direitos fundamentais destas mulheres na capital.

Marcone Moraes

Quer ter razões para se apaixonar pelo Centro de São Paulo? Conheça, ouça, leia sobre as ideias e o acompanhe o engajamento do empresário Marcone Moraes. Seu entusiasmo é contagiante – e suas críticas sempre vêm com uma profundidade transformadora.

Gerente da Galeria do Rock há mais de 15 anos, Marcone Moraes é presidente da Pró.Centro, associação que tem por objetivo valorizar o Centro de São Paulo por meio do estudo e debate dos negócios de sucesso e das políticas públicas para a região, onde também é sócio proprietário do Grupo da Cidade, empresa dona de restaurantes, cafés e lojas.

Seja em entrevistas a veículos de comunicação, podcasts ou no contato com o poder público, Marcone Morares compartilha sua visão sobre o que precisa ser feito para que o processo de revitalização do Centro de São Paulo obtenha sucesso, dedicando seus esforços para a sensibilização quanto às medidas necessárias para a melhoria da atratividade do Centro para moradia e para os negócios.

Marcos Evangelista Morais (Cafu)

Com um gesto espontâneo, o ex-lateral-direito Cafu colocou São Paulo no centro do mundo ao mostrar a frase "100% Jardim Irene" em sua camisa da seleção quando levantava a taça da conquista do penta na Copa de 2002, no Japão, sobre a Alemanha.

Era uma homenagem ao bairro onde nasceu e cresceu, no extremo da Zona Sul de São Paulo, e a repercussão foi imediata, em todo o mundo. O objetivo do gesto era que as crianças de lá tivessem boas lembranças e que o bairro não caísse no esquecimento. Em uma carta escrita 20 anos depois desse episódio, Cafu disse que quis retribuir ao Jardim Irene tudo aquilo que o bairro lhe deu.

Foi nesse mesmo bairro que o capitão criou a Fundação Cafu, cujo objetivo era criar oportunidades de desenvolvimento por meio de programas que incentivam a inclusão social. A entidade acabou encerrando as atividades, mas o legado de Cafu para o bairro e para a cidade de São Paulo permanecerá para sempre.

Maria Jalva de Moraes

Primeira enfermeira do Samu da Prefeitura de São Paulo, implantado na capital no início dos anos 1990, Maria Jalva de Moraes segue na missão de salvar vidas e compartilhar sua experiência, após ter se tornado uma multiplicadora do aprendizado para o atendimento móvel de emergência na cidade.

Depois de anos e anos percorrendo toda a cidade a bordo das famosas ambulâncias do Samu, entre tantas vidas que se iniciaram ou se encerraram dentro delas, neste ano, Jalva aceitou o convite da atual gestão do serviço para coordenar a enfermagem. Hoje ela atua na região central, na sede do Samu, localizada no Bom Retiro, mas continua visitando o antigo posto de trabalho, a base na rua Avanhadava.

Jalva começou a trabalhar na Prefeitura em abril de 1988, no Hospital Municipal Dr. Cármino Caricchio, conhecido como Hospital do Tatuapé, onde sonhava em trabalhar desde que passava de ônibus para ir à faculdade. Aos 71 anos, Jalva pretende parar de trabalhar somente aos 75, idade-limite para aposentadoria de servidores públicos. Até lá, muita gente ainda vai aprender com ela.

Nair Francisca Delatin

Em 1988, fundou a Associação Comunitária e Beneficente do Jardim Santa Adélia, no Tatuapé, na zona leste. No ano passado, foi eleita para o Conselho Municipal de Habitação, na composição Organizações Populares do Biênio 2023-2025.

A organização participa do Programa Pode Entrar Entidades por meio do empreendimento Forte do Rio Branco I – Lote 11, que terá 164 unidades habitacionais. As obras já estão em andamento, com previsão de entrega para agosto deste ano e investimento total de R$32,7 milhões.

Além disso, está credenciada para inscrições nos programas de moradia popular da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU). Em 2016, a associação foi uma das entidades que indicaram famílias para habitar as 126 unidades do Residencial São Caetano, construído em parceria entre a Prefeitura e o Governo do Estado no Bom Retiro, na região central.

Ricardo Frugoli

Quando se olha a quantidade de tarefas e projetos que o chef Ricardo Frugoli desempenha, surgem dois pensamentos: como ele consegue e se ele faz tanto, também posso fazer algo. Dar, receber, retribuir. É assim que ele pensa e age, e consegue transformar as manhãs de centenas de pessoas em situação de rua todos os dias.

Criador da ação Pão do Povo de Rua, Ricardo Frugoli acredita que essa seja uma forma de minimizar a fome e de promover oportunidades para a transformação de vidas a partir do trabalho, oferecendo cursos de capacitação a aprendizes que viviam nas ruas da cidade.

São produzidos em média 2.200 pães e 1.000 bolos por dia, que são distribuídos à população em situação de rua no Centro de São Paulo. Por mês, são 59.400 pães e 27.000 bolinhos, tendo como meta anual a feitura de mais de 1 milhão de unidades, entre pães e bolos. Tudo destinado ao combate da fome nas ruas e à valorização do sabor e do acolhimento enquanto ferramentas para atuação social.

UIPA - União Internacional Protetora dos Animais

Fundada em 1835, após o suíço Henri Ruegger presenciar um cavalo sendo maltratado no Centro da capital, a União Internacional Protetora dos Animais (UIPA) é a associação civil mais antiga do Brasil. Suas lutas quase sempre começam em São Paulo, mas acabam inspirando outras cidades brasileiras ou se tornam leis federais, como a que tornou crime ambiental a prática de maus-tratos a animais.

A entidade possui o único abrigo com licença para funcionar na capital, sendo também o único aberto à visitação pública, não previamente agendada, que acolhe, recupera e promove a adoção de cães e gatos vitimados por maus-tratos. Atualmente, mais de 600 animais encontram-se sob a guarda da UIPA.

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