Grupo ligado à Força Sindical promove evento de apoio a Ricardo Nunes e minimiza acerto com Bolsonaro

Paulinho da Força, deputado e nome histórico da entidade, alega que o prefeito ‘nunca foi um cara de direita’ e que apoio do PL e da ‘extrema-direita’ não afeta sua posição

Ricardo Nunes e Paulinho da Força

Samuel Lima - Estadão

Lideranças da Força Sindical minimizaram a aproximação de Ricardo Nunes (MDB) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em evento de promoção do prefeito junto a trabalhadores da construção civil de São Paulo nesta segunda-feira, 22. A entidade sindical se opôs a Bolsonaro durante todo o seu mandato, acusando-o de atacar direitos sociais e de negacionismo na pandemia. Nomes históricos do movimento, no entanto, defendem uma aliança com Nunes e entendem que a oficialização da entrada do PL de Bolsonaro na chapa do prefeito não compromete a decisão.

“Eu conheço o Ricardo há muitos anos. Ele nunca foi um cara de direita. É um cara de centro, que aglutinou em volta dele o maior conjunto de partidos que São Paulo já viu”, declarou o deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), presidente de honra da Força Sindical. “É uma experiência importante no Brasil essa capacidade de trazer pessoas da extrema-direita à esquerda. Não tem problema o apoio de um partido de direita. O que importa para nós é que você está cuidando de São Paulo”.

Nunes, por sua vez, declarou que “a democracia verdadeira é a que você dialoga com todo mundo e respeita os posicionamentos” e aproveitou o discurso para se afastar de posicionamentos radicais de Bolsonaro, como o viés antivacina. “Durante a pandemia, na nossa cidade, não faltou enfermaria, UTI, oxigênio para ninguém e nos tornamos a capital mundial da vacina.”

O evento com trabalhadores da construção civil é visto como uma tentativa de Paulinho da Força e do Solidariedade, que anunciou apoio a Nunes na semana passada, de estender esse aval para a Força Sindical como um todo. Seria um contraponto da campanha do prefeito a outros movimentos sindicais, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que estão com o seu principal adversário na disputa, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL).

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