Em entrevista à CCN, Alckmin diz que decisão sobre apoio à Prefeitura de SP será só em julho

Vice-presidente pode ficar em palanque diferente do apoiado por Lula, que vai endossar Guilherme Boulos nas eleições

Geraldo Alckmin 

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), desconversou ao ser questionado sobre a manifestação de apoio à deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, nas eleições de outubro. A definição das candidaturas, segundo Alckmin, se dará em julho, nas convenções partidárias.

“Os apoios são importantes, porque são um aval, mas não decidem eleições”, disse o vice-presidente no programa WW, da CNN Brasil, na noite desta terça-feira, 2. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai endossar o nome do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) na disputa na Capital paulista.

Alckmin afirmou ainda que a população “separa totalmente as eleições estaduais, municipais e federais”. O vice-presidente acrescentou que considera “natural que os partidos optem por ter candidaturas próprias no primeiro turno”.

O vice-presidente é uma figura forte na política do Estado e seu apoio tem relevância na disputa eleitoral. Ele foi governador quatro vezes e, para seu último mandato (que durou entre 2015 e 2018), foi eleito no primeiro turno com mais de 12 milhões de votos, o que representava 57% do eleitorado paulista. Em 2022, Lula o procurou para compor sua chapa à Presidência para atrair o eleitorado de centro durante uma disputa polarizada contra Jair Bolsonaro (PL).

Alckmin também foi questionado sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. O vice-presidente contou que estava em uma missa na catedral de São Miguel Paulista quando foi informado sobre a depredação na capital federal.

“Quando terminou a missa é que fui verificar a gravidade da situação. É crime, né? Na realidade, você atentar contra a Constituição brasileira, atentar contra o Estado Democrático é inacreditável. Patriota é quem defende a lei, quem defende a democracia, defende a Constituição. O contrário disso é golpista”, disse ele à CNN.

O vice-presidente opinou que a “democracia saiu fortalecida” do episódio e defendeu a resposta do governo aos ataques. “A resposta do 8 de janeiro foi rápida e foi decisiva. Os três Poderes, Executivo, Legislativo e o Judiciário, todos unidos na defesa da democracia. E no Executivo nos três níveis”, afirmou.

Alckmin criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro por ter contestado o resultado das eleições em que saiu derrotado. “Quando você perde uma eleição, agradece os votos recebidos, cumprimenta os vencedores e bola para frente. Não é possível você se eleger pela urna eletrônica, eleger um filho senador pela urna eletrônica, eleger outro filho deputado pela urna eletrônica, outro filho vereador pela urna eletrônica, e, na hora que perde, não vale? É inacreditável”, disse o vice-presidente.

Fonte: Estadão

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