CEOs e governos do Brasil e Estados Unidos debatem promoção do comércio bilateral em Brasília

12ª Reunião do Fórum de CEOs Brasil-EUA discutiu recomendações apresentadas pelos altos executivos e os progressos do governo em importantes áreas; acesse os relatórios do evento

Gina Raimondo e Geraldo Alckmin

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos debateram com um grupo de CEOs dos dois países, nesta sexta-feira (15), no Itamaraty, ações para a promoção do comércio e de investimentos bilaterais. Trata-se da 12ª Reunião Plenária do Fórum de Altos Executivos Brasil-Estados Unidos (Fórum de CEOs), presidida pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em conjunto com a secretária de Comércio dos Estados Unidos, Gina Raimondo. A Casa Civil foi representada pelo secretário especial de Articulação e Monitoramento, Mauricio Muniz.

Criado em 2007 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Fórum se reúne periodicamente. Tem o objetivo de promover o comércio e os investimentos entre os dois países e é formado por um grupo seleto de 12 CEOs de empresas brasileiras e 12 CEOs de empresas americanas.

Esses executivos formulam e apresentam recomendações aos governos de ambos os países. Estes têm a responsabilidade de avaliar as recomendações e efetivá-las na extensão possível. A cada edição, é publicado um relatório de progresso, que enumera os avanços realizados e serve de documento base para as próximas reuniões.

Nesta sexta-feira, os executivos apresentaram novas recomendações para o avanço das relações bilaterais em seis áreas: resiliência da cadeia de suprimentos (comércio, impostos e investimentos); energia, meio ambiente e circularidade; segurança alimentar e agricultura sustentável; cibersegurança, infraestrutura crítica e política digital; educação e desenvolvimento de mão de obra; espaço e aeronáutica. As recomendações podem ser acessadas aqui.

Os governos brasileiro e americano, por sua vez, relataram os avanços obtidos a partir das recomendações realizadas no encontro do ano passado, que tiveram como foco três grandes áreas: comércio e investimentos; tecnologia e infraestrutura; e educação.

O vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, reforçou, por exemplo, os esforços do governo para a aprovação da nova reforma tributária e da regulação do mercado de carbono, ambos em tramitação no Congresso Nacional; o lançamento do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e as diretrizes do Programa Nacional de Hidrogênio; o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal; e a retomada das atividades do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas, além do protocolo ao Acordo de Comércio e Cooperação Econômica entre os dois países, com foco em facilitação de comércio, boas práticas regulatórias e anticorrupção, que será amplamente implementado em 2024.

Alckmin também destacou a importância do encontro de altos executivos para a identificação de atividades complementares que podem ser desenvolvidas pelos dois países. “O fórum de CEOs será uma plataforma que vai atrair ainda mais investimentos e fortalecer essa boa relação Brasil-Estados Unidos. Temos uma grande oportunidade para trabalhar juntos, fazermos investimentos recíprocos”, afirmou o vice-presidente. “Podemos avançar com as cadeias de suprimentos, temos uma enorme complementariedade com os Estados Unidos na sustentabilidade, nos combustíveis e no mercado regulado de carbono”, exemplificou.

Sobre a economia verde, o vice-presidente disse que os Estados Unido e o Brasil têm papel “importantíssimo” na descarbonização. “No caso do Brasil, a grande Floresta Amazônica, a maior floresta tropical do mundo, é fundamental para assegurar as mudanças climáticas, e o Brasil tem compromisso com o combate ao desmatamento”, acrescentou.

Representante do ministro da Casa Civil, Rui Costa, o secretário especial de Articulação e Monitoramento, Maurício Muniz, avaliou que as recomendações estão alinhadas às diretrizes do governo brasileiro. Ele destacou o novo plano de desenvolvimento do Brasil, o Novo PAC, que foi elaborado para o avanço econômico e social do país. “O Novo PAC totaliza 350 bilhões de dólares e organiza as ações prioritárias do governo do Brasil; um terço dos recursos previstos é para investimentos do setor privado”, disse Muniz. A relação entre o setor público e privado, conforme o secretário, é central para o governo. Ele ainda classificou como “alinhadas e factíveis” as recomendações propostas pelos CEOs dos dois países.

No final do encontro, a secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, também ressaltou objetivos conjuntos dos dois países. “Nós compartilhamos o objetivo de combater a mudança climática, de apoiar a diversidade, a equidade e a inclusão, de fortalecer nossas democracias e de proteger os direitos de trabalhadores”, afirmou a secretária. “É nessa base que podemos aprofundar nossa colaboração comercial. Os Estados Unidos já são os maiores investidores no Brasil, mas ainda há muito mais a ser feito. E é para isso que este Fórum existe”, disse a representante dos EUA.

Na opinião de Raimondo, os dois países estão prestes a entrar em uma nova era de vínculos comerciais. Citou o poder do Brasil na agricultura, na tecnologia climática e nos minérios críticos, áreas que mais crescem na economia global. No caso dos Estados Unidos, afirmou que o país faz investimentos sem precedentes na indústria de semicondutores e na cadeia de suprimentos. “É uma confluência de eventos que estão acontecendo agora, justamente no momento que o Brasil assume a presidência do G20. É uma oportunidade, todo mundo estará de olho no Brasil”, concluiu.

Embora as recomendações dos CEOs sejam feitas em caráter conjunto, cada governo prepara seu próprio relatório de progresso, referente às recomendações mais recentes do Fórum O relatório de progresso do governo brasileiro pode ser acessado aqui.

A parceria com os Estados Unidos da América é a mais ativa, exitosa e resiliente no MDIC, com mecanismos plenamente ativos, como o Diálogo Comercial MDIC-DoC (Departamento de Comércio), o Fórum de CEOs, além do Acordo de Comércio e Cooperação Econômica (ATEC), e organizações privadas e de classe, como o Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu).

Acesse os documentos resultantes do Fórum:
  • Relatório de progresso (versão em português):
  • Relatório de progresso (versão em inglês):
  • Relatório de recomendações (apenas versão em inglês):

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