PT apoia reeleições ilimitadas para presidência da Câmara de SP e prenuncia problema para Boulos

Partido dá aval para continuidade de Milton Leite, um dos principais aliados do prefeito Ricardo Nunes

Ricardo Nunes e Milton Leite

Painel da Folha

A bancada de vereadores do PT apoiou em peso nesta quarta-feira (1ª) a aprovação de um projeto de lei na Câmara Municipal de São Paulo que contém dispositivo que libera a possibilidade de reeleições sem limite para a presidência da Casa.

O principal interessado na mudança é o atual ocupante do cargo, Milton Leite (União Brasil), que com isso buscará o seu quarto mandato consecutivo.

Dos oito vereadores petistas na Câmara, sete se colocaram a favor do projeto, aprovado com 45 votos favoráveis —Jair Tatto não votou. Os seis vereadores do PSOL votaram contrariamente.

O posicionamento dos petistas joga luz na relação de proximidade que a bancada construiu nos últimos anos com Leite, um dos principais aliados e cabos eleitorais do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Essa relação é motivo de desconfiança entre aliados de Guilherme Boulos (PSOL), que temem que parte dos vereadores não se empenhe com afinco na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2024 contra o emedebista.

Vereadores do PT já apareceram em eventos com Nunes na cidade, tiraram fotos com ele e gravaram vídeos. Em setembro, o deputado estadual Antonio Donato (PT), membro do conselho da campanha de Boulos, disse que petistas não podem ficar "batendo palma" para o prefeito.

Senival Moura, líder do PT na Câmara, afirma que o apoio do partido à possibilidade de reeleição de Leite se dá pelo fato de que o vereador "já demonstrou que é republicano, democrático e respeita os vereadores, independentemente do partido ao qual são filiados" e "trata a todos igualmente".

Ele ressalva, no entanto, que não há relação entre apoio a Leite no Legislativo e campanha eleitoral de 2024.

"Não tem nada a ver. A bancada está compromissada em fazer campanha pelo Boulos. O partido fez um acordo com o Boulos, isso já está definido, não vai mudar, e os vereadores têm obrigação de se engajar. Eu vou pedir votos para ele, e sei que os demais membros da bancada também o farão", diz Moura.

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