Alckmin ganha mais espaço na agenda climática

Vice-presidente se projeta no debate da transição energética

Geraldo Alckmin

Após os rumores de que seria afastado do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) para reacomodar o PSB no governo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) prosseguiu no posto, e ganhou novas atribuições do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como a coordenação das ações para mitigar danos causados pelos desastres climáticos.

O vice também se projetou como liderança política no debate da transição energética, em meio à ausência da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), e num cenário em que coube ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), gerir o braço econômico do programa.

Lula anunciou que no fim de novembro, visitará os Emirados Árabes (onde participará da cúpula climática, a COP-28), Arábia Saudita e Catar, levando Haddad, em busca de investidores para financiar projetos de transição para energia limpa no país.

Alckmin tem percorrido o país visitando projetos da agenda verde, com a pauta da neoindustrialização. Em julho, na reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento da Indústria (CNDI), ele anunciou, ao lado de Lula, a oferta de R$ 106 bilhões em recursos para a renovação da indústria, com foco na descarbonização do segmento.

O vice também tem atuado em sintonia com o Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, junto a lideranças do Congresso na articulação de projetos estratégicos da agenda verde, como os marcos regulatórios da comercialização do crédito de carbono, do hidrogênio verde, e dos parques eólicos offshore. Outra pauta constante é o “combustível do futuro”, em que defende elevar a mistura de biodiesel no combustível fóssil, gradualmente, até 20%. Hoje esse percentual é de 12%.

De maio até outubro, o vice-presidente priorizou uma agenda de viagens focada na energia limpa. Visitou municípios em Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Maranhão e São Paulo, inaugurando usinas de etanol, ou obras relacionadas à produção do insumo. Em setembro, defendeu a instalação de um hub para produção de hidrogênio verde no Porto de Pecém, no Ceará. No mesmo mês, inaugurou a fábrica da BYD de carros elétricos em Camaçari, na Bahia.

Após afastar Márcio França (PSB) do ministério de Portos e Aeroportos, cedido ao Centrão, e realocar o aliado de Alckmin na nova pasta do Empreendedorismo, Lula ampliou as atribuições do vice, nomeando-o coordenador das ações emergenciais face às tragédias climáticas: as enchentes na região Sul, e a severa estiagem na região Norte.

No começo de outubro, Alckmin liderou uma comitiva de ministros em visita a Manaus para discutir com autoridades e representantes do setor produtivo medidas para mitigar a seca que deixou 23 cidades em estado de emergência no Amazonas, e mais 19 municípios no oeste do Pará.

Um mês antes, Alckmin encabeçou uma comitiva de ministros, ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva (Janja), em visita às áreas atingidas pelos temporais no Rio Grande do Sul.

Fonte: Valor Econômico

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