Prefeitura multa Sabesp em R$ 196 mi por buracos deixados nas ruas

Valor decorre de infrações cometidas pela Sabesp durante serviços de manutenção em tubulações subterrâneas de São Paulo


Bruno Ribeiro - Metrópoles

A Prefeitura de São Paulo aplicou, de janeiro do ano passado até essa quarta-feira (18/10), R$ 196 milhões em multas à Sabesp decorrentes de buracos de rua deixados pela empresa. As crateras, abertas durante os serviços de manutenção nas redes subterrâneas de água e esgoto, não são tapadas corretamente, o que danifica o asfalto das ruas.

O valor das multas reflete uma queda de braço silenciosa entre a Secretaria Municipal das Subprefeituras, que fiscaliza a qualidade do serviços (e está investindo cerca de R$ 2,4 bilhões em recapeamento ao longo deste mandato), e a Sabesp, que passa por um processo de privatização.

Segundo cálculos da secretaria as autuações foram aplicadas por causa de 5.670 buracos deixados pela empresa na malha asfáltica da capital, que é de 17 mil quilômetros.

Como as multas são passíveis de recurso, a secretaria não sabe quanto já foi pago. No Cadastro Informativo Municipal (Cadin), a Sabesp aparece com 601 pendências.

Qualidade do serviço

Segundo técnicos da Prefeitura, a situação é decorrente da má qualidade do serviço feito pela Sabesp quando precisa cava buracos nas ruas. A empresa usaria camadas de terra comum para cobrir suas tubulações antes da aplicação do asfalto. Como essa é uma base frágil, pouco tempo depois de fazer o serviço, os buracos se abrem novamente — e a Prefeitura acaba tendo de repará-los.

Há situações que chamam a atenção dos técnicos. A Alameda Lorena, nos Jardins, região central, por exemplo, foi recapeada em 2020. De lá para cá, a Secretaria das Subprefeituras teve de fazer 40 intervenções para reparar o piso. Na mesma região, a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, recapeada em 2019, já recebeu 90 intervenções.

Entre os técnicos da Prefeitura, o diagnóstico é de que a Sabesp deveria investir mais nesse serviço, que é complementar ao trabalho central da empresa (o fornecimento de água e coleta de esgoto). Por isso, deveria firmar contratos mais robustos com as empresas terceirizadas que fazem o recapeamento.

Fonte: Metrópoles

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