Partido de Tarcísio cobra governador por inchaço do PSD de Kassab

Ala do Republicanos se queixa de crescimento de partido do secretário e do espaço que tem na gestão

Kassab e Tarcísio

Painel da Folha

Uma ala do Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, reagiu com irritação à revelação de que o PSD, partido de Gilberto Kassab, multiplicou por sete o seu número de prefeitos desde dezembro de 2022 —de 46 para 329.

O inchaço da sigla comandada pelo secretário de Governo da gestão paulista já vinha sendo percebido, mas a dimensão do crescimento gerou surpresa. No mesmo período, o Republicanos também aumentou, mas em proporção menor: foi de 25 para 54 prefeitos, ou seja, praticamente dobrou.

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Com isso, aumentou a percepção de lideranças do Republicanos de que o partido ganhou a eleição, mas não levou o poder. A frase tem sido utilizada há meses para criticar o pouco espaço que consideram ter na máquina paulista.

O partido conta com três secretários na gestão, mas seus líderes argumentam que eles estão em pastas pouco influentes (Política para a Mulher, Turismo e Esporte) e que são filiados com baixa participação na vida partidária.

Tarcísio passou a buscar filiações para o partido, como mostrou o Painel, mas ainda em ritmo bastante mais lento que o seu secretário.

Lideranças de PP e PL, os outros dois grandes partidos da base de Tarcísio, também mostraram surpresa com o tamanho do crescimento do PSD.

Do lado do PP, as queixas têm se concentrado em Kassab, cujo apetite político estaria alimentando uma fissura na base do governador. O fator de contrapeso ao secretário de Governo é Arthur Lima, titular da Casa Civil que se filiou ao PP em agosto e também tem articulado para atrair quadros para o partido.

No PL, representantes do partido também criticam o secretário, mas se queixam de divisão no partido entre seus membros mais antigos e os recém-chegados bolsonaristas que estaria impedindo o estabelecimento de estratégia coesa de atração de prefeitos e de briga por espaços no governo estadual.

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