‘Se não houver benefício, não vai andar’, afirma Ricardo Nunes sobre privatização da Sabesp

Prefeito de São Paulo comentou a privatização que tem sido encampada pela gestão de Tarcísio de Freitas e revelou entraves na proposição da tarifa zero no transporte municipal

Ricardo Nunes

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta quarta-feira, 20, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), comentou o processo de privatização da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), que tem sido encampado pela gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que busca respaldo de parlamentares e prefeitos de todo o Estado. Nunes não declarou apoio incondicional ao projeto e afirmou que a privatização só avançará se de fato trouxer melhorias e impulsionar o saneamento para além da capital: “A cidade de São Paulo não está em uma ilha, ela depende do conjunto da região metropolitana. Para a gente poder dar continuidade à despoluição dos rios, que já está sendo feita no Pinheiros e agora é muito importante a do Rio Tietê, por exemplo, é necessário tratar o esgoto de Guarulhos e Osasco (…) A gente tem que ter uma ação focada no resultado, tem muita coisa que é discurso e aquilo que é resultado. Se o resultado trouxer antecipação do investimento, redução de tarifa, garantir os empregos de quem está na Sabesp e ter avanços nesse processo, vamos caminhar”.

“Só vai ser feito algo e só vai avançar se houver benefício real e concreto para a população. Se não houver benefício, não vai andar”, declarou o mandatário, que está no Rio de Janeiro para um encontro com o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), e com o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD). Nunes também comentou os estudos feitos pela SPTrans para a elaboração de um projeto de tarifa zero nos ônibus municipais e afirmou que a falta de recursos é um entrave: “O estudo que eles trouxeram tinha mais de 2 mil folhas. A gente não conseguiu, depois de mais de duas horas de reunião, concluir todo o processo (…) Eu preciso de ações que façam com que a gente incentive o transporte coletivo e desincentive o transporte individual (…) Para avançar na questão da tarifa zero, eu preciso de financiamento. Não vou tirar dinheiro da saúde, educação e zeladoria para colocar no transporte. Esse é o nosso desafio”.