PSDB resgata tucano e busca caminho 'nem Lula nem Bolsonaro' após fracasso

Eduardo Leite diz que polarização vai acabar e que partido se tornará alternativa depois de derrota histórica em 2022


O PSDB realizou um seminário nesta quinta-feira (24) em Brasília para apresentar novas diretrizes da legenda após a derrota nas eleições do ano passado e disse trilhar um caminho que não represente nem Jair Bolsonaro (PL) nem Lula (PT).

Os tucanos elegeram três governadores em 2022, mas perderam nas urnas o controle histórico que mantinham sobre São Paulo, não emplacando também nenhum senador. Na Câmara, a sigla viu sua já pequena bancada de 22 deputados federais ser reduzida a 13.

O PSDB de 2023 resgata o tucano no logotipo, suprimido há quatro anos, sob a gestão de Bruno Araújo. Na camiseta de Eduardo Leite havia uma frase de Fernando Henrique Cardoso, que diz: "Lutamos não para ganhar no dia seguinte, mas para criar um horizonte de alternativa".

O partido apresentou novos pilares, como uma economia competitiva e aberta ao mundo, mas sustentável, além de reforçar políticas públicas, mas com uma máquina pública enxuta.

Leite se queixou de que o partido foi, nos últimos anos, afetado pela polarização eleitoral Lula-Bolsonaro e seus dirigentes obrigados a tomar posição. No segundo turno do ano passado, o tucano ficou no muro.

"A gente está aqui depois desse processo de discussão todo para dizer que não somos nem Lula, nem Bolsonaro. Não é simplesmente que não somos nenhum dos dois, somos PSDB, que tem DNA, visão, propósito para o país, uma forma de fazer política e a gente está buscando resgatar isso. Nessa reconexão com sentimentos originais do partido, naturalmente com visão atualizada dentro desse novo contexto", disse a jornalistas, após o evento.

Questionado se a avenida do centro é larga para correr, ele disse que, se não for, vai abrir espaço, porque acredita que a polarização eleitoral vai ser superada. "Tenho certeza que o Brasil não deseja permanecer com essa radicalização, tensionamento no ambiente político. Quando isso for superado, o PSDB vai ser alternativa", disse, esperançoso.

Sobre uma avaliação do governo Lula até o momento, o governador reconheceu "serenidade" no ambiente político, mas criticou declarações do presidente que, segundo ele, reforçam discurso do "nós contra eles".

"De um ponto de vista político, há um pouco de serenidade dos ânimos, embora muitas vezes o presidente acabe falando também em relativizar a democracia", disse, em referência às falas de Lula sobre democracia ser um conceito relativo.



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