Delação de hacker pode arrastar cúpula militar do governo Bolsonaro para roteiro do golpe

Se comprovado, avaliam que a situação pode arrastar para o centro do roteiro do golpe a cúpula militar que estava ao lado do ex-presidente

Walter Delgatti Neto e Carla Zambelli

Andréia Sadi e Octavio Guedes - g1

A possível delação premiada de Walter Delgatti Neto tem causado preocupação no entorno bolsonarista, como revelado pelo blog, não apenas no núcleo político - mas, também, entre militares desde que o advogado de do hacker da Vaza Jato, Ariovaldo Moreira, contou ao Estudio i, na GloboNews, que seu cliente teria sido chamado por Carla Zambelli para integrar a comissão de militares que iria ajudar a fiscalizar as urnas eletrônicas.

Moreira disse à GloboNews na semana passada que Delgatti, inclusive, esteve no Ministério da Defesa para reunião e que teria elaborado as perguntas de Bolsonaro encaminhadas ao TSE.

Os detalhes desse enredo - envolvendo militares - estão causando pânico nos bastidores de Brasília entre militares bolsonaristas. Ministros do STF ouvidos pelo blog computam como da maior gravidade o relato.

Se comprovado, avaliam que não só é um escândalo como pode também arrastar para o centro do roteiro do golpe a cúpula militar que estava ao lado de Bolsonaro durante o período eleitoral.

A delação de hacker está sendo costurada em Brasília - e precisa do aval da Procuradoria-Geral da República, comandada por Augusto Aras, já que envolve parlamentares como a deputada federal Carla Zambelli.

Havia um depoimento na CPI previsto de Delgatti para esta quinta-feira (10), mas foi adiado justamente para que ele poupasse detalhes do que tem a contar para uma eventual colaboração premiada.

Ele está decidido a falar - resta saber se as autoridades querem ouvir e se ele tem como provar o que promete revelar sobre como o núcleo duro de Bolsonaro chamou um hacker- criminoso - para participar de um projeto golpista envolvendo urnas eletrônicas e invasão do sistema judiciário.

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