Como são os palcos do The Town, que levou Autódromo a reforma milionária

Estrutura homenageia arquitetura paulista e Sabesp construiu rede de esgoto para evitar banheiros químicos

Ilustração do palco Skyline do The Town

João Perassolo - Folha.com

A primeira edição do The Town vai homenagear sua cidade sede, São Paulo. O Rock in Rio paulistano tem seus seis palcos inspirados na capital paulista —o Skyline, por exemplo, o palco principal, onde se apresentam grandes nomes como Bruno Mars e Foo Fighters, foi feito no formato de um conjunto de prédios um do lado do outro, todos com um aspecto metálico.

O palco The One será inspirado em obras de arte, enquanto o Factory tem uma pegada de cultura urbana e street art. Já o New Dance Order reúne importantes festas de música eletrônica da cidade, como a Capslock e a Mamba Negra, e traz DJs relevantes no cenário internacional para tocarem junto com talentos locais, como é o caso do duo da alemã Ellen Alien com a brasileira Bad Sista.


Fora isso, o Market Square, um espaço gastronômico com arquitetura histórica que remete ao Mercado Municipal, terá comidinhas assinadas por Alex Atala que homenageiam os bairros da cidade, como o yakisoba, em referência à Liberdade, e a pizza de calabresa, à Mooca. As informações foram divulgadas em entrevista coletiva nesta quinta-feira.

A expectativa de público, segundo a organização do The Town, é de 100 mil pessoas por dia durante os cinco dias de festival.

A grande maioria delas deverá chegar de trem, já que uma grande parte das ruas ao redor do Autódromo de Interlagos estará fechada, numa iniciativa para desestimular que o público vá de carro ou transporte de aplicativo. A estação de trem mais próxima, chamada Autódromo, fica a oito minutos a pé do festival.


O governador do Estado, Tarcísio de Freitas, anunciou que toda a rede de trens e todas as linhas de metrô funcionarão 24h durante os dias do evento. Haverá a opção de trens expressos para o The Town, com poucas paradas.

Uma das novidades anunciadas nesta quinta é que o acesso do público ao festival será mais rápido, graças à uma mudança feita no portão de entrada do autódromo, que já coloca os fãs mais perto dos palcos.

Outra é que não haverá banheiros químicos —a Sabesp construiu uma rede de esgoto no autódromo, ao qual 680 toaletes estarão conectados. Os banheiros estarão espalhados pela área do evento.

Além disso, a área do estacionamento foi terraplanada e virou espaço para a plateia, num aumento de 30 mil metros quadrados de área para os palcos principais.

As mudanças no autódromo são fixas e custaram R$ 190 milhões até agora para a Prefeitura, que bancou as melhorias. Segundo o prefeito, Ricardo Nunes (MDB), haverá uma nova rodada de reformas ao custo de R$ 210 milhões, que começará depois do The Town. Como são mudanças estruturais, beneficiarão tanto os festivais de música quanto os eventos de automobilismo.

A ideia é "transformar o autódromo na cidade da música", disse o prefeito, destacando que o The Town divulga São Paulo para o mundo como uma cidade de entretenimento. Para o governador, o festival "coloca o estado de São Paulo na rota dos megaeventos".

O autódromo de Interlagos está se firmando como o local dos grandes festivais —este ano, ele já recebeu o Lollapalooza e, depois do The Town, vai abrigar o Primavera Sound, em dezembro.

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