Alckmin exalta oportunidades para Brasil “fazer a diferença” no mercado de energia limpa

Presidente em exercício participou nesta terça-feira (15/8) do evento Powershoring e a Neoindustrialização verde do Brasil, promovido por MDIC, BNDES, CNI e CAF

Geraldo Alckmin

Ao se dirigir ao público presente no estúdio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira (15/8), durante a abertura da conferência O Powershoring e a Neoindustrialização verde do Brasil – Perspectivas, Potencial, Políticas, o presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, resumiu desta maneira como o Brasil pode se posicionar no contexto da nova economia verde e de transição energética em curso no planeta: “A pergunta sempre foi onde é que eu fabrico bem e barato? Agora é onde fabrico bem, barato e consigo compensar as emissões de carbono? Aí, o Brasil é a grande alternativa. Nós vamos ter a grande oportunidade. Nós já somos o quinto país do mundo em atração de investimento direto. Isso pode crescer enormemente”.

O Powershoring é uma estratégia empresarial de localização de plantas industriais e de produção em países com farta oferta de energias limpas, baratas, seguras e abundantes. É uma forma de atrair investimentos diretos estrangeiros a países da América Latina, especialmente o Brasil, neste processo global de crise climática e tensão geopolítica, onde é estratégico realocar complexos industriais para países que oferecem energias alternativas e limpas.

Nesse contexto, Alckmin destacou as várias potencialidades do Brasil, seja na produção de biodiesel, etanol e hidrogênio verde, ou com credenciais em outras novas áreas, ligadas, por exemplo, a minerais estratégicos como o lítio.

“São muitas oportunidades de o Brasil fazer a diferença em energia limpa. Eu vou trocar o motor a combustão por uma bateria. E cadê o lítio? Está no Brasil. Fizemos a primeira exportação de lítio carbono zero pelo Porto de Vitória 15 dias atrás. Já demos o segundo passo: produzimos o carbonato de lítio. Só falta o mais difícil, que é a bateria. Mas temos aí enormes possibilidades”, ressaltou o presidente em exercício.

Para Geraldo Alckmin, eventos como essa conferência são importantes para ampliar as discussões e ajudar a revelar novos rumos para o país crescer amparado em uma economia verde e sustentável. “Essa iniciativa é o início de inúmeras rotas, inúmeros caminhos para a gente combater as mudanças climáticas e o Brasil ser o grande protagonista desse novo momento”.

A abertura contou com a presença do presidente da CNI, Robson Braga de Andrade; do presidente do Banco do Nordeste, Paulo Câmara; do vice-presidente do Setor Privado do CAF, Jorge Arbache; e diretor de Planejamento e Estruturação de Projetos do BNDES, Nelson Barbosa.

“A intenção é a construção de uma agenda estratégica para o país que considere o imperativo da descarbonização da economia e as vantagens geográficas e geopolíticas do Brasil. O baixo custo da mão de obra vem perdendo importância para a posição das empresas no mercado global. Hoje, um dos elementos determinantes é o combate às mudanças climáticas”, destacou Robson Braga. “Nesse novo cenário, as empresas têm direcionado investimentos a países e regiões que dispõe de oferta abundante de energia limpa a preços competitivos. O Brasil, que tem um imenso potencial para a produção de energia limpa, pode se beneficiar do powershoring”, concluiu o presidente da CNI.

Nelson Barbosa, diretor de planejamento e estruturação de projetos do BNDES, entende que o crescimento econômico sem o comprometimento do meio ambiente depende de aumento da eficiência energética. “E isso também é parte da agenda do powwershoring. Não é só geração de energia, mas também fábricas mais eficientes, e reduzir a emissão de gases de efeito estufa por kilowatts gerado”. Barbosa destacou três iniciativas complementares do governo do presidente Lula que colocam a agenda energética como parte central da sua estratégia: o plano da neoindustrialização, liderado por Alckmin; o novo PAC, liderado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa; e o plano de transformação ecológica, liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Nos três planos, você vai encontrar aumento de eficiência energética, recuperação de meio ambiente e geração de energia por fontes renováveis”. “Então, esse é o governo Lula trabalhando junto, combinando todas as suas instituições, em prol de um mesmo objetivo”.

Já Jorge Arbache, vice-presidente do setor privado do CAF - Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe -, ressaltou que a agenda do baixo carbono é e mais importante fonte de atividade econômica das próximas décadas. E, segundo ele, o Brasil é um dos países latino-americanos que mais pode colaborar para esta missão. Ele explica que o powershoring se trata justamente disso: potencializar as vantagens comparativas e competitivas do país e da região, em favor da descarbonização global. E enumera os beneficiários do powershoring: 1) a empresa, que protege a sua competitividade; 2) o país emissor, o de origem da empresa, que se libera de fornecer energia cinza, para empresas de alto consumo de energia, viabilizando assim uma transição energética mais rápida e mais barata; 3) o país receptor das plantas industriais que se beneficiam dos investimentos, da tecnologia, das exportações e do impulso às cadeias de valor nacionais e regionais; 4) a economia local, em razão da geração de emprego, renda e impostos; 5) o meio ambiente, que se beneficia de uma mais rápida transição energética; do aumento da produção de produtos verdes, e do mercado de crédito de carbono; 6) a sociedade em geral, uma vez que a estratégia fomenta a criação de empregos formais, combatendo a pobreza, a informalidade, a desigulaidade e a baixa produtividade.

“Ao contribuir para fomentar cadeias de produções industriais e de serviços, Powershoring cria muitos bons empregos, e muitas novas oportunidades de negócios nas cidades, que onde se encontram, se concentra, a maioria da população do país, e onde se concentram os maiores problemas sociais”, concluiu.

Powershoring - Mudanças climáticas e fatores geopolíticos abriram uma janela de oportunidades para que países com vantagens competitivas na produção de energia limpa e renovável possam atrair investimentos industriais intensivos de energia em seus processos produtivos e com compromisso de descarbonização, usando energia verde, segura, barata e abundante.

O Powershoring é apontado como importante estratégia no sentido de evitar a concentração geográfica de produção, ao mesmo tempo em que colabora para a descarbonização do planeta. Os problemas relativos à concentração de plantas industriais ficaram evidentes com a pandemia de Covid 19 e a guerra da Ucrânia, entre outros eventos extremos.

A região da América Latina e Caribe desponta como um dos grandes destinos da estratégia do Powershoring, por ter uma matriz energética mais limpa em relação aos padrões mundiais. Nesse contexto, o Brasil é especialmente atrativo para a diversificação de elos de cadeias globais de valor. Isso porque a indústria brasileira já tem uma matriz energética majoritariamente limpa, além de ser o país do G20 com maior produção de energia verde; de fomentar novas fontes de energia renovável como vento, sol e biomassa; de desenvolver projetos de produção de hidrogênio de baixo carbono; e de liderar a agenda de biocombustíveis.

O Brasil, dentro do projeto de neoindustrialização do país, pode desenvolver estratégias no sentido de atrair plantas industriais que buscam a economia verde; atrair novos investimentos em energias renováveis e hidrogênio de baixo carbono; formar um hub global de produção de equipamentos, serviços e manutenção de energias renováveis; e atrair investimentos na área de biocombustíveis e novas tecnologias; entre outras ações.

Com informações da Secretaria de Comunicação da Presidência da República

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