O motivo por trás do fingimento de Jair Bolsonaro e Tarcísio

Ou… os novos bastidores da relação entre o líder da extrema-direita e seu afilhado 

Reunião PL

Matheus Leitão - Veja

Após a grosseria de Jair Bolsonaro com Tarcísio de Freitas, quando o ex-presidente inelegível classificou publicamente o governador de São Paulo de político inexperiente, os dois fizeram as pazes.

Na verdade, pazes para inglês ver. Ou… como elas são feitas nos bastidores da política. 

Bolsonaro não quer perder o (agora) poderoso afilhado. Tarcísio não quer perder os votos da extrema-direita. 

Com essa convergência de sentimentos, a “ferida profunda” por conta da reforma tributária – e o comportamento exemplar do governador de São Paulo de se encontrar com Fernando Haddad – começou a ser tratada publicamente. 

O ex-presidente resolveu dizer que está “tudo 100%”. “Voltamos ao que éramos”, sentenciou.

O governador de São Paulo não deixou por menos e chamou Bolsonaro de “grande amigo”. “A gente pode divergir em alguns pontos sobre a reforma, é normal. Não é possível concordar em tudo. […] Conversamos e sempre serei leal ao presidente”, afirmou. 

Segundo interlocutores bolsonaristas, o “machucado”, contudo, não cicatrizou. Longe dos holofotes, Bolsonaro continua a se sentir traído com a troca de afagos entre Tarcísio e Haddad. 

Já o ex-ministro da Infra-estrutura está cada vez mais pragmático politicamente. Não gostou nem um pouco de ser chamado de inexperiente em frente a deputados do PL. Se fosse mesmo, não estaria governando o estado mais importante do Brasil. 

 Mas, como não quer perder popularidade, resolver manter um pé em cada canoa – um no centro e outro na extrema-direita. 

Tudo fingimento. Agora, é esperar (com pipoca nas mãos) as cenas dos próximos capítulos.

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