Ricardo Nunes critica especialistas e diz que Plano Diretor vai criar moradias

Prefeito de São Paulo disse que urbanistas que se posicionaram contra o Plano Diretor devem conhecer melhor a realidade da cidade

Ricardo Nunes

Bruno Ribeirto - Metrópoles 

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou os “grandes conhecedores da questão de literatura” que se posicionaram contra o texto da revisão do Plano Diretor Estratégico (PDE) da capital, aprovado pela Câmara Municipal.

De acordo com ele, esses “especialistas” precisam conhecer melhor a cidade. O emedebista afirmou que o novo PDE irá resultar na criação de novas moradias.

Leia também:
Câmara de São Paulo aprova revisão do Plano Diretor; veja como fica
PT racha e PSOL fica praticamente isolado na votação do Plano Diretor em São Paulo

“É importante a contribuição das pessoas que são grandes conhecedores da questão de literatura. Mas a prática do dia a dia da política pública requer que as pessoas pisem um pouco mais aqui e entendam o que a gente precisa fazer”, disse o prefeito, ao inaugurar um conjunto habitacional de 1.090 moradias na Vila Missionária, zona sul da capital, nesta terça-feira (27/6).

Ao longo das discussões sobre a revisão do PDE, urbanistas apontaram que a proposta da prefeitura favorecia a construção de apartamentos maiores (e caros) nas regiões mais valorizadas da cidade.

Um documento detalhando os problemas foi assinado pelo professor João Sette Whitaker Ferreira, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP); o arquiteto Fernando Tulio da Rocha Franco, do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB); a advogada Lilian Regina Gabriel M. Pires, presidente da Comissão de Direito Urbanístico da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); e o ex-vereador Nabil Bonduk, também professor da FAU e relator da versão do PDE que era vigente até aqui.

Déficit habitacional

“O que eu pediria muito aos especialistas é que conhecessem a realidade da cidade. Como um todo. Inclusive, aqui na Pedreira, Cidade Ademar (na zona sul), lá em Itaquera (zona leste), no Capão Redondo (zona sul), em Perus (zona norte)… Porque a gente precisa ter políticas públicas verdadeiras para reduzir o déficit habitacional”, alfinetou.

Segundo o prefeito, o PDE aprovado pela Câmara irá reduzir o déficit habitacional na cidade, estimado por ele em ao menos 400 mil moradias: “(Sobre) a questão da verticalizarão, a gente precisa compreender que nós temos um déficit habitacional muito grande na cidade de São Paulo. Não seria justo que a gente desconsiderasse isso, que nós tapássemos os olhos para as pessoas que precisam de uma unidade habitacional”.

“Nós falamos tanto de justiça social, mas na hora de fazer o Plano Diretor alguns esquecem e vivem só no seu mundinho, deixando de considerar uma questão importante, que são os mais humildes dessa cidade”, disse Nunes.

Emendas e veto

O prefeito de São Paulo afirmou que sua equipe deve analisar o texto final aprovado pela Câmara e que pode vetar parte das emendas aprovadas.

“O que vou fazer é analisar ponto por ponto e se houver algo que seja de desinteresse da cidade, sem dúvida vou vetar”, disse.

Comentários