Raquel Lyra fala sobre os desafios da gestão em entrevista ao Roda Viva

Governadora de Pernambuco também foi questionada sobre o PSDB, relação com Lula e Bolsonaro

Raquel Lyra

Os desafios nas áreas da Saúde, Educação e Segurança Pública foram alguns dos temas abordados durante a entrevista da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira (26).

Com apresentação da jornalista Vera Magalhães, a bancada de entrevistadores foi formada por Guilherme Caetano, repórter do jornal O Globo; Laurindo Ferreira, diretor de redação do Jornal do Commercio; Priscila Camazano, repórter da Folha de S.Paulo; Roseann Kennedy, colunista do Estadão; e Thais Bilenky, repórter na Revista Piauí e apresentadora do podcast Foro de Teresina. As ilustrações foram de Custódio Rosa.


Confira outros tópicos abordados na entrevista:

Governo federal

Raquel Lyra apontou cordialidade com o governo federal, embora tenha evitado o título de aliada. “Eu tenho sido muito bem recebida tanto pelo presidente Lula como pelos seus ministros. A gente tem apresentado um plano de investimentos […] e quer garantir as parcerias”, disse.

PSDB

Para Raquel, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é um nome com viabilidade para uma eventual disputa à Presidência em 2026, mas antes, precisa reconstruir o PSDB. A avaliação da governadora é que o gaúcho tem a missão de “liderar uma refundação do partido”.

Bolsonaro

Ela lamentou a possibilidade de Bolsonaro se tornar inelegível. “Eu lamento muito que o ex-presidente da República esteja sendo julgado e possa se tornar inelegível [...] É muito ruim que alguém que ocupou a Presidência da República esteja respondendo por isso no Brasil, em uma democracia ainda tão incipiente”, declarou.

Educação

A governadora comentou o reajuste de 14,95% para professores e o piso salarial da educação: “O que eu estou trabalhando em Pernambuco é para garantir o piso a todos os professores, como garante a legislação nacional. Mais de 26 mil pessoas serão beneficiadas, sendo que parte delas efetivas, parte delas contrato temporário. A mesa de negociação está aberta para discussão com os professores”.

Gênero

Ao ser questionada se considerava a si mesma uma pessoa controladora, Raquel Lyra respondeu: “Eu costumo dizer que adjetivos como esse não são utilizados para homens. ‘O homem é controlador? Não, o homem é firme’. A gente tem um machismo estrutural muito forte que nos coloca adjetivos e julgamentos precipitados".

Equidade racial

Ela afirmou que ainda havia um longo caminho a ser percorrido para tornar o secretariado tão representativo com a presença de negros assim como é com mulheres. “Eu espero deixar como legado um resultado diferente na forma de acolher, de tratar, de garantir políticas públicas, cotas e permitir mais oportunidades. [...] A questão da equidade racial precisa ser construída todos os dias”.

Segurança

Raquel pediu paciência aos policiais aprovados em concurso que ainda não foram convocados e prometeu redução da criminalidade e um novo Pacto pela Segurança Pública, além da redução da criminalidade: “O CNJ [Conselho Nacional de Justiça] fez um relatório […] dizendo que Pernambuco é o pior sistema penitenciário do Brasil. Uma política de segurança que, muitas vezes, privilegiou o encarceramento, mas não conseguiu fazer a contrapartida de prevenção e nem de ressocialização”.

Investimentos

A governadora disse ter sido eleita como candidata opositora à gestão de Paulo Câmara, para resgatar o protagonismo do Estado. "Não tenho problema de bater na porta", citando como exemplo o empréstimo de R$ 900 milhões assinado pelo presidente Lula, em sua última visita a Pernambuco, para serem aplicados em obras de infraestrutura.

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