Delegados criticam proposta de Tarcísio para aumentar salário da categoria

Policiais civis reclamam de aumento maior para militares e consideram reajuste insuficiente

Tarcísio de Freitas

Ramiro Brites - Radar/Veja

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cumpriu uma promessa de campanha e enviou à Alesp um projeto para aumentar o salário dos policiais do Estado. Em janeiro, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite anunciou a criação de um grupo de trabalho para elaborar uma proposta até o fim de abril. O texto foi protocolado nesta terça-feira para apreciação dos deputados.

O projeto, no entanto, não agradou parte dos agentes de segurança. O Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo considerou o reajuste “insuficiente”. No geral, o aumento para os policiais varia entre 13% e 34%. No caso da Polícia Civil, vai de 14% a 24%.

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“Havia uma expectativa muito grande em torno deste reajuste, que, nem de longe, é o que se esperava”, disse a delegada Jacqueline Valadares, presidente do sindicato. “A porcentagem anunciada há pouco não vai tirar São Paulo, o estado mais rico da Nação, da vergonhosa colocação entre os que pagam os piores salários aos policiais civis no Brasil”, acrescentou, lembrando que o Estado está em 22º lugar no ranking salarial de chefes de delegacia.

De acordo com o governo, o aumento tem três objetivos principais: “atratividade para os cargos de início de carreira, retenção de talentos e fomento ao fluxo de carreira”. Por isso, o salário com o reajuste de maior percentual é para os alunos oficiais da Polícia Militar.

Policiais penais — antigos agentes penitenciários — protestaram na terça em frente à Alesp por não terem sido incluídos no aumento. A categoria, porém, fica à cargo da Secretaria de Administração Penitenciária e não da Secretaria de Segurança Pública, como os policiais científicos, civis e militares. O governo afirma que ainda irá levar aos deputados uma proposta de reajuste para os demais servidores públicos até o fim de maio.

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