Ricardo Nunes garante abordagem humanizada a moradores em situação de rua

Prefeito de São Paulo diz que vem ampliando e reestruturando os centros de acolhimento existentes e aumentando as vagas de hotéis 

Ricardo Nunes

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou, nesta segunda-feira (3), que a permanência de barracas e de pessoas nas ruas e nas calçadas da cidade não corresponde a um tratamento digno. É inaceitável que pessoas fiquem expostas ao sol, à chuva, sem uma torneira, um chuveiro, um banheiro, afirmou o prefeito.

A Justiça de São Paulo derrubou na sexta-feira (31) a liminar (decisão provisória) que impedia a prefeitura a prefeitura de retirar barracas montadas pela população em situação de rua em locais públicos, como calçadas e praças, durante o dia. A decisão foi divulgada no sábado, e a retirada das barracas, que estava suspensa desde fevereiro, começou hoje.

Ricardo Nunes lembrou que a prefeitura vem ampliando e reestruturando os centros de acolhimento existentes, inclusive os especiais, e aumentando as vagas de hotéis, que já totalizam 3.500. Segundo o prefeito, todos os serviços têm acompanhamento de assistentes sociais. Quatro refeições são servidas por dia e há cursos profissionalizantes para que as pessoas em situação de rua possam ser reinseridas no mercado de trabalho.

Ele afirmou que não trata desse assunto como tem feito o autor da ação que gerou a liminar – deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) – de forma político-partidária. “É algo muito sério quando se fala do sofrimento das pessoas. Não vai faltar acolhimento para aqueles que desejem ser acolhidos pela prefeitura de São Paulo. Temos vagas ociosas. E não faltará vaga porque em que estamos trabalhando para convencer as pessoas a usar o serviço."

De acordo com o prefeito, não há como estimar até quando as pessoas serão retiradas das ruas, porque o trabalho será feito de forma tranquila, com acompanhamento de assistentes sociais, equipes de saúde e convencimento para que elas aceitem o acolhimento, sem pressa e de forma humanizada. "E convencendo as pessoas de que não é possível permitir que haja barracas nas ruas, porque temos que respeitar o direito de todos de transitar e usar as calçadas. Não tem nenhuma ação que será tomada de maneira intransigente. Minha orientação é que as abordagens sejam humanizadas, pedindo que as pessoas desmontem as barracas. Se quiser montar de noite, não tem problema, mas é preciso que compreendam que, durante o dia, não é possível", acrescentou.

O prefeito enfatizou que as barracas que estiverem desocupadas serão recolhidas e embaladas com lacre para que os donos possam retirá-las na prefeitura. Para retirar, será necessário que o dono identifique seus pertences. "Se a pessoa estiver no local e não aceitar desmontar a barraca, haverá apreensão e entrega de um contralacre, utilizado posteriormente para a retirada na prefeitura", explicou.

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