Governo reforça grupo sobre indústria da saúde e quer produção nacional de 70% dos insumos usados no SUS até 2033

Para Alckmin, o Brasil não pode ser dependente da importação de insumos farmacêuticos e equipamentos de proteção

Geraldo Alckmin e Nísia Trindade

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciaram nesta segunda-feira (3) o reforço do grupo do governo responsável por discutir a política industrial para o setor de saúde.

Criado em 2008, cabe ao grupo discutir questões legais do setor, além de regras tributárias e financeiras.

Um decreto estabelece a nova composição do colegiado, que terá o maior número de integrantes desde a criação, com a participação de representantes de 20 ministérios e 30 associações da área da saúde.

O governo afirma que quer adotar medidas de incentivo ao setor industrial voltado para insumos e produtos da saúde. O objetivo é que, em até dez anos, 70% das necessidades do Sistema Único de Saúde (SUS) sejam produzidas integralmente no Brasil.

Para Alckmin, o país não pode mais ser dependente da importação de insumos tão básicos para garantir o bem-estar da população brasileira.

Segundo o vice-presidente, o Brasil importa, hoje, mais de 90% das matérias-primas para a produção de vacinas e medicamentos, além de uma dependência excessiva com relação aos insumos farmacêuticos e aos equipamentos de proteção, como vimos durante a pandemia.

Durante o evento em Brasília, Nísia Trindade afirmou que o grupo se tornou ainda mais importante em razão da pandemia, para que o Brasil não dependa de insumos produzidos no exterior.

Segundo o ministério, entre 2020 e 2021, o Brasil aumentou as importações na área de saúde em US$ 5 bilhões.

Produção

A intenção do governo é ampliar a produção nacional de medicamentos, vacinas, equipamentos e insumos estratégicos.

Atualmente, o Brasil é dependente de uma série de insumos, entre eles os IFAs (Insumo Farmacêutico Ativo), substância essencial para a formulação de um medicamento ou vacina.

Em muitos casos, a indústria nacional tem capacidade tecnológica para finalizar produtos, mas a partir da importação dos IFAs.

Isso, na prática, encarece a produção, uma vez que a importação é paga em dólar e é dependente da oferta no mercado internacional. Durante a pandemia, a oferta não conseguiu suprir a demanda, por exemplo.


Histórico

O grupo foi desativado em abril de 2019, no governo Jair Bolsonaro (PL), e reativado em setembro do ano passado pelo então ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

O governo Lula (PT), contudo, alega que o grupo não funcionava da maneira adequada para definir ações no setor.

Fonte: TV Globo e g1

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