Estreia de Secretaria da Mulher de Tarcísio tem Eduardo Bolsonaro e fala antiaborto

Secretária Sonaira Fernandes é conhecida pela atuação antifeminista

Sonaira Fernandes e Tarcísio

Guilherme Seto - Folha.com

O evento de apresentação da Secretaria de Políticas para a Mulher do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) nesta segunda-feira (20) foi marcado pela presença de expoentes do bolsonarismo e falas alinhadas à base conservadora e evangélica ligada à titular da pasta, Sonaira Fernandes.

O primeiro grande evento da pasta ganhou o nome de "Semana Una-se, Mulher", e contará com programação aberta de palestras, exposições, debates e serviços voltada ao público feminino, no Memorial da América Latina.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em cujo gabinete trabalhou Sonaira, surpreendeu ao comparecer ao evento nesta segunda e discursar no palco.

Crítico do feminismo, o filho do ex-presidente já disse que o movimento cresce "por causa de homem frouxo" e já associou o problema em uma obra do metrô em São Paulo à política de contratação de mulheres da empresa responsável.

Em seu discurso, o parlamentar contou de sua trajetória com a secretária, que chorou. Ela foi funcionária do gabinete dele após terem trabalhado juntos na Polícia Federal. Ele ainda fez comentário preconceituoso ao dizer que a filha de Sonaira estava dormindo, mas não por ser baiana, e sim por ser bebê.

A deputada estadual Valeria Bolsonaro (PL-SP) também ganhou lugar no palco.

A perspectiva bolsonarista em relação à mulher, que marcou a atuação de Sonaira como vereadora nos últimos anos, não apareceu ostensivamente, mas também não passou batida.

Em entrevista ao podcast do evento, Moisés Marques (PP), vereador de Rio Claro, defendeu a luta antiaborto.

"Por isso que precisamos defender as pautas, principalmente do aborto. Automaticamente já é uma vida. Quando começa o coraçãozinho a bater, tem um espírito", disse.

Em sua fala ao mesmo podcast, Sonaira exaltou uma cantora com deficiência visual por não atribuir seu sucesso "à sua deficiência ou ao fato de ser mulher".

Em suas redes sociais, a secretária estadual já escreveu que o feminismo "mata mais que guerras e doenças" e que é uma "sucursal do inferno".

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