Após ouvir proposta fiscal de Haddad, Geraldo Alckmin defende redução dos juros

Vice-presidente quer reforma tributária com alíquotas diferenciadas e discussão sobre a desoneração da folha de pagamento para outro momento

Geraldo Alckmin e Haddad

Fernanda Trisotto - O Globo

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu a redução da taxa de juros no Brasil para aumentar a competitividade e avalia que o novo arcabouço fiscal vai facilitar esse processo. O desenho da proposta foi apresentado a ele nesta terça-feira pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

― Para se reduzir os juros é preciso ter responsabilidade fiscal. Agora, no próximo mês, o governo estará encaminhando ao Congresso Nacional a ancoragem fiscal, levando em consideração três fatores: a evolução da dívida, o primário e o gasto, fazendo a combinação dos três fatores. Tenho muita confiança que vamos iniciar, daqui para a frente, a redução da taxa de juros. E com a redução da taxa de juros, mais investimento e crescimento da economia ― afirmou em evento da Confederação Nacional do Comércio.

Alckmin alertou que o custo elevado do capital inibe investimentos e é fundamental reduzir as taxas para que o país tenha ganhos de competitividade, que se reverterão em crescimento e geração de emprego e renda.


Reforma tributária

O vice-presidente também comentou sobre as preocupações setoriais em relação à reforma tributária, e garantiu que o objetivo é a simplificação e que devem ser adotadas alíquotas diferenciadas para os setores:

― Sei que há preocupação com a reforma tributária. Entendo que temos de ter várias alíquotas de maneira que a área de serviços possa não ser tão onerada. Não precisamos ter uma alíquota só, podemos ter várias alíquotas e com isso não penalizar um setor que é fundamental para o emprego.

O setor de serviços defende uma alíquota diferenciada para o setor com a justificativa de que possui cadeia mais curta e compensa menos créditos tributários, mas gasta mais com o pagamento de encargos que incidem sobre a folha de pagamento. Além da alíquota diferenciada, o setor pleiteia a desoneração permanente da folha de pagamentos.

Alckmin se mostrou favorável à discussão da desoneração, mas não já:

― Num segundo momento, não já, porque se quiser misturar tudo não sai nada, mas num segundo momento (discutir para) desonerar a folha de salários.

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