A exploração da pobreza como meio de vida

Só defende barracas nas ruas, como lar, quem se beneficia com isso, não quem vive nelas



Welbi Maia* - Blog do Welbi 

É consenso que um dos grandes problemas enfrentados na cidade de São Paulo questão das pessoas em situação de rua. Situação agravada em todo país depois da crise sanitária mundial deflagrada pela pandemia de covid-19 e suas consequências socioeconômicas.O que se difere é como resolver o problema.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em artigo publicano no jornal Folha de São Paulo, no último domingo (26), intitulado "Rua não é endereço, e barraca não é lar", rebate às criticas sobre a determinação de sua gestão do desmonte das barracas utilizadas por moradores em situação de rua para abrigamento durante o dia, para realização da limpeza e mobilidade urbana.

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"Rua não é endereço, e barraca não é lar", artigo de Ricardo Nunes

Para o prefeito, a solução do problema não está na manutenção das pessoas nas ruas, mas na promoção de políticas públicas com abrigamento digno a estes cidadão em situação de alta vulnerabilidade.

Segundo Nunes, a cidade conta hoje com a maior rede socioassistencial da América Latina, com mais de 20 mil vagas de acolhimento e capacidade e planejamento para atendimento de quase 32 mil pessoas em situação de rua.

No entanto, há aqueles que defendem a manutenção das pessoas nas ruas. É o caso do Padre Julio Lancellotti, Vigário episcopal para a população de rua da Arquidiocese de São Paulo, e do sociólogo Paulo Escobar,que assinam artigo 'A pobreza como caso de polícia', também na Folha de São Paulo, em resposta ao prefeito, com alegação de falta de diálogo da gestão municipal com os que "convivem com a população de rua na cidade de São Paulo".

Na verdade, não há falta de diálogo da prefeitura com entidades que atendem a população de rua. O próprio Padre Júlio dirige entidade assistencial que é conveniada com a Prefeitura de São Paulo. Frequenta evento e já declarou várias vezes que mantém boa relação com a atual gestão.

O que justifica as críticas do Padre Júlio e de Escobar é a necessidade da manutenção das pessoas nas ruas para garantirem a existência de suas entidades. Como também o monopólio do atendimento e da representação dessa população. Isso, sem nenhum procuração dos mesmos.

Há anos, grupos que se intitulam, formal e informalmente, representantes da população em situação de rua na cidade de São Paulo, recebem vultuosas verbas públicas, inclusive da gestão municipal que criticam, como doações da sociedade civil e empresas privadas.

Parece que a manutenção das pessoas nas ruas, em situação desumana e de miséria, rende financeira e politicamente para alguns. Isso deve justificar tanta resistência ao trabalho que vem sendo realizado pela atual gestão municipal.

Diferente do que diz o padre e o sociólogo, morar em barracas em via pública não é opção aceitável. O que precisa é de abrigamento digno para crianças, jovens e idosos que vivem nas ruas em condições precárias.

E é isso que o prefeito Ricardo Nunes vem buscando realizar com um conjunto de políticas públicas de assistência social, que envolvem abrigamento, alimentação, assistência médica, ressocialização e encaminhamento ao mercado de trabalho para que possam reconstruir suas vida, de forma digna e independente.

*Welbi Maia Brtio - Publicitário, jornalista e editor do Blog do Welbi

Comentários

  1. Anônimo1/3/23 12:03

    Parabéns Sr Welbi !!! Ótimo e acertivo texto. Realmente há muita gente interessada no caos, pois do caos elas vivem e lucram, seja $$$ diretamente ou politicamente. Daí a explicação em sempre se esforçarem em atrapalhar quem se dispõe a resolver problemas.

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