Prefeito de São Sebastião fala em boicote contra condomínio popular

Felipe Augusto (PSDB) diz que ex secretário de Comunicação de Jair Bolsonaro Fabio Wajngarten interferiu em processo junto à Caixa

Felipe Augusto 

Gustavo Côrtes e Mariana Carneiro - Estadão

A Caixa negou, em 2020, no governo de Jair Bolsonaro, financiamento para a construção de 400 unidades habitacionais em São Sebastião, município em que pelo menos 54 pessoas morreram devido a deslizamentos de terra no Carnaval. Na época, ao justificar a decisão, o banco público alegou não haver “disponibilidade orçamentária e nem diretrizes do Ministério do Desenvolvimento Regional” para a realização de empreendimentos do Minha Casa Minha Vida na Faixa 1, como solicitava o ofício enviado pela prefeitura. Apesar da justificativa orçamentária, o prefeito Felipe Augusto (PSDB) afirma que a negativa ocorreu cinco dias após o chefe da Secom de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, dizer em reunião de moradores de Maresias que havia telefonado ao então presidente do banco, Pedro Guimarães.

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Segundo o ex-Secom, na ligação, Guimarães disse desconhecer o projeto. Ele nega ter usado o cargo para inviabilizar o condomínio e diz que defendeu o saneamento na região. Moradores de Maresias alegam que o terreno escolhido não era adequado porque inunda, não dispõe de estrutura de saneamento e é cortado por tubulações da Petrobras, informações negligenciadas pelo prefeito.

Felipe Augusto, por sua vez, diz que há uma unidade da Sabesp em construção na área e que vai insistir. “A área é plana, o terreno é drenável e aterrável, e as condições geológicas permitem as construções. Tanto é assim que está em análise para moradias do governo do Estado”.

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