O sonho e a dificuldade da federação entre PSDB e MDB

Partidos tiveram a primeira reunião na terça-feira, 7, e miram projeto presidencial para 2026

Baleia Rossi e Eduardo Leite

Laryssa Borges - Veja

PSDB e MDB sentaram-se à mesa na terça-feira, 7, para rascunhar o projeto de criação de uma federação entre os partidos. Os tucanos, que hoje estão unidos por quatro anos com o Cidadania, elegeram 18 deputados federais. O MDB, amuado por estar fora das maiores alianças de deputados – a potencial federação Progressistas-União Brasil chegaria a 108 parlamentares, enquanto a federação encabeçada pelo PT tem 81 – elegeu 42. Juntos, poderiam ser uma importante força política, mas no meio das negociações há uma boa dose de sonhos e um caminhão maior ainda de dificuldades de o projeto sair do papel, relataram caciques partidários a VEJA.

Um dos entusiastas da federação minimiza o fato de o PSDB ter sido a principal frente de oposição aos governos do PT, enquanto o MDB, governista por natureza, atuaria em linha oposta. No plano ideal, o sonho é colocar de pé um nome para se candidatar à Presidência da República em 2026. “No PSDB quem é oposição ao governo são uns poucos remanescentes do PFL”, ironiza um cacique emedebista. O presidente tucano Eduardo Leite se reuniu com o dirigente máximo do MDB Baleia Rossi, mas as conversas ainda são embrionárias.

As dificuldades, em contrapartida, são listadas pelos dirigentes partidários com facilidade. É certo que o MDB se sente isolado das principais articulações políticas do novo governo, mas para eles, caciques como José Sarney e Renan Calheiros jamais abririam mão de suas influências e alianças regionais, por mais minguado que esteja o poderio nacional, em prol de um projeto com o PSDB.

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