Após reunião, 'terceira via' marca novo encontro para tentar definir critérios de candidatura única

MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil vão discutir internamente fatores que devem ser considerados para a escolha de um candidato único à Presidência. Reunião está prevista para a próxima semana

Dirigentes dos partidos da chamada 'terceira via' após reunião em Brasília sobre candidatura única à Presidência 


Os dirigentes do MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil se reuniram nesta terça-feira (26) e anunciaram que devem ter um novo encontro para formalizar a lista de critérios que será levada em consideração para a escolha de um candidato único à Presidência. 

Participaram das discussões nesta terça os presidentes: do MDB, Baleia Rossi (SP); do PSDB, Bruno Araújo; do Cidadania, Roberto Freire; e o vice-presidente do União Brasil Antonio de Rueda, além do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA). 

Também na noite desta terça, horas depois, o pré-candidato do PSDB, João Doria, se reuniu em Brasília em um jantar com o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite – que desistiu de tentar ser pré-candidato ao Planalto pelo mesmo partido. 

Segundo Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, cada um dos partidos discutirá internamente os fatores considerados essenciais para a escolha do “candidato de consenso”. 

“Ficamos de fazer uma nova rodada de conversas na semana que vem já com um quadro mais claro do que cada partido pensa como critérios”, disse Rossi. 

O MDB, o PSDB, o Cidadania e o União Brasil acordaram, no último dia 6, que apresentarão, em 18 de maio, um “candidato de consenso” à presidência. 

Apesar de questionada por membros das siglas e por pré-candidatos, como Ciro Gomes (PDT), o prazo final está mantido. Na ocasião, os critérios para a escolha do chamado nome de “consenso” também não foram decididos. 

“Não está definido. Temos vários fatores que serão importantes: intenção de voto; possibilidade de crescimento dentro do que espera o eleitor do centro democrático; temos a questão da rejeição; temos a opinião, que é importante, dos parlamentares, deputados federais e senadores; e temos a impressão e a colaboração dos diversos palanques regionais que teremos”, disse o presidente do MDB. 

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, disse que os dirigentes dos partidos se comprometeram a "voltar" aos seus partidos para amadurecer a questão. 

“Não há consenso sobre isso, ficamos de voltar aos nossos partidos para amadurecermos esses critérios, e esperamos que na semana que vem tenhamos avançado sobre essa decisão. Independentemente dessas reuniões, estamos em um canal aberto de conversação, de diálogo e de construção”, afirmou Bruno Araújo. 

“Começamos a fazer simulações do que cada partido imagina que possa colaborar na escolha dessa candidatura, não há consenso ainda sobre os critérios”, acrescentou. 


Ciro Gomes 

Os dirigentes dos partidos afirmaram que estão abertos ao diálogo com “qualquer partido” disposto a discutir uma alternativa ao que chamam de polarização formada por Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

No entanto, o presidente do MDB, Baleia Rossi, afirmou que os partidos ainda não trabalham com a "possibilidade" de anunciar um candidato único que esteja de fora das pré-candidaturas hoje colocadas por União Brasil (Luciano Bivar), PSDB (João Doria) e MDB (Simone Tebet). 

Nesta terça, em entrevista à Rádio Bandeirantes, o pré-candidato do PDTa presidente, Ciro Gomes, voltou a dizer que está disposto a conversar com os membros da chamada terceira via. 

“O [Luciano] Bivar, que assumiu a presidência do União Brasil, me perguntou se eu aceitava participar de um diálogo. Ora, diálogo é diálogo, eu aceito participar. Evidente que eu aceito participar”, afirmou. 

Horas após o novo aceno de Ciro, Roberto Freire, presidente do Cidadania, disse que o grupo está aberto a ouvir o candidato do PDT. 

“Nunca perdemos o diálogo com Ciro. Desde o começo, está firme essa ideia, e estamos abertos para discuti-la com qualquer partido. Vamos aguardar, quem sabe?”, declarou Freire. 

“Não podemos vetar ninguém, e em todos os momentos que reunimos, acenamos para todo e qualquer partido que desejasse. Não há veto a nenhum dos candidatos e a nenhum partido político”, disse o presidente do Cidadania.

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