Luis Miranda troca mensagens sobre irregularidades na compra de Covaxin com ajudante de ordem de Jair Bolsonaro; leia conversa
Camila Turtelli e Daniel Weterman - O Estado de S.Paulo
Em troca de mensagens no WhatsApp com assessor do presidente Jair Bolsonaro em que denunciou irregularidade na compra de vacinas para covid-19, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) alertou sobre um “esquema de corrupção pesado” no Ministério da Saúde. “Tenho as provas e as testemunhas”, escreve Miranda em uma das mensagens as quais o Estadão/Broadcast (leia abaixo).
O aviso foi enviado no dia 20 de março ao celular de um ajudante de ordem do presidente. No mesmo dia, Bolsonaro recebeu o deputado no Palácio da Alvorada.
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“Pelo amor de Deus... isso é muito sério!”, escreveu Miranda em outra mensagem, no dia 22, em que questiona se alguma providência foi tomada. Um dia depois, Miranda insiste. “Bom dia irmão, o PR está chateado comigo? Algo que fiz?”. O auxiliar do presidente responde: “Negativo, deputado. São muitas demandas. Vou relembrá-lo”.
Também pelo aplicativo de mensagens, Miranda envia ao ajudante um documento, uma fatura de compra que deveria ser assinado pelo seu irmão, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde. Segundo o deputado, seu irmão se recusou a assinar.
Aliado do governo de Jair Bolsonaro, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou ter levado a denúncia sobre um esquema de corrupção envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin ao próprio presidente.
Segundo afirmou ao Estadão/Broadcast, a reunião ocorreu cerca de um mês após o contrato ter sido assinado e Bolsonaro disse a ele que levaria o caso à Polícia Federal. Apesar do aviso, o governo seguiu com o negócio em que prevê pagar pelo imunizante um preço 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante seis meses antes.
Leia as mensagens




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