Prefeitura de SP vai reter cópia da receita de pacientes que tomarem vacina da Covid-19 para evitar fraudes

Mudança no protocolo acontece depois que reportagem do G1 mostrou a venda ilegal de receitas médicas no Centro de SP para furar a fila da vacina. Retenção das receitas será por amostragem e incluirá comorbidades mais comuns entre os paulistanos, segundo o secretário Edson Aparecido

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido

SP1 

O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, anunciou neste sábado (29) que a Prefeitura de SP vai começar a reter cópias das receitas de pessoas com comorbidades que tomarem a vacina contra a Covid-19 na cidade a partir de segunda-feira (31).

A mudança no protocolo acontece depois da reportagem do G1 que mostrou a venda ilegal de receitas médicas no Centro de São Paulo para furar a fila da vacina nesta sexta (28).

Segundo Edson Aparecido, a retenção das receitas será por amostragem, para que sejam auditadas esses atestado e laudos, com o objetivo justamente de impedir fraudes como as flagradas pelo G1.

“As unidades de saúde irão reter uma cópia dos atestados e receitas médicas de algumas doenças mais comuns, como hipertensão, para que se possa fazer depois uma averiguação da veracidade desses documentos, para que uma eventual fraude seja bloqueada”, disse Aparecido.

“Serão alguns tipos de doença com cópia retida porque, nos casos de comorbidades mais raras, é fácil constatar se o paciente tem aquela doença ou não e a origem da receita. Nós estamos criando essa logística para que esse tipo de fraude não volte a acontecer”, completou.

O secretário também afirmou que a médica da rede municipal de saúde que aparece na assinatura da receita fraudada comprada pelo G1 no Centro de São Paulo afirmou que desconhecia o uso do registro dela no esquema e vai registrar queixa na Polícia Civil contra os fraudadores.

"A cópia da receita será feita para que, em seguida, a gente possa fazer a pesquisa seja da compra do remédio, da procedência do atestado e sobre o médico que deu o atestado, através do CRM", declarou Edson Aparecido.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afirmou que a medida passará a ser adotada após sugestão do Ministério Público (MP) e que o processo de retenção de cópias dos documentos por amostragem será feito em todas as unidades de saúde utilizadas na campanha de imunização.

"Assim que detectado qualquer tipo de irregularidade, será iniciado um processo civil/criminal, com encaminhamento para providências do MP", informou a pasta.

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