Doria reúne ex-presidentes Fernando Henrique, Temer e Sarney em evento pró-vacinação em São Paulo

Collor, Lula e Dilma também foram convidados mas não quiseram participar do encontro


Os ex-presidentes Michel Temer e José Sarney participaram virtualmente; Fernando Henrique Cardoso foi ao Palácio dos Bandeirantes 


O governador de São Paulo, João Doria, reuniu ex-presidentes da República no Palácio dos Bandeirantes, nesta segunda-feira, em um ato pró-vacinação contra a Covid-19. Em uma solenidade sem imunizações, Doria disse que o objetivo do encontro foi "institucional", e não "político".

— Hoje o objetivo do nosso encontro não é político, mas sim institucional. É a valorização da vida, da existência, das vacinas, da saúde e da proteção do povo brasileiro. Pessoalmente, convidei todos os ex-presidentes da República do Brasil, entendendo que não seria um ato político, e muito menos de confronto. Ao contrário, é um ato de união, solidariedade e entendimento. Foi assim que eu dirigi o convite a a todos os ex-presidentes da República — disse Doria.

A ideia inicial do governo paulista era vacinar os ex-presidentes hoje - dia em que a capital completa 467 anos. A data marcaria o início da imunização com a CoronaVac, imunizante produzido pelo laboratório chinês Sinovac e o Instituto Butantan. No entanto, a vacinação no estado foi antecipada e teve início no domingo (17), após a aprovação do uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Apesar do convite, presencialmente estava apenas Fernando Henrique Cardoso. Michel Temer e José Sarney participaram virtualmente. Fernando Collor de Mello, Lula e Dilma Rousseff rejeitaram o convite.

— Collor declinou, de forma muito educada, mas preferiu não participar. E solicitei a amigos em comum de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff que formulassem o convite para que ambos pudessem participar. Eles declinaram também de forma educada. Compreendemos as razões de ordem pessoal que impediram que esses três ex-presidentes pudessem participar, ainda que virtualmente — explicou o governador paulista.

Em 18 de dezembro, Collor agradeceu o convite de Doria, mas disse que não participaria. Três dias depois, Dilma também recusou o convite para se vacinar em São Paulo, dizendo que considerava "imprescindível que os trabalhadores da área da saúde e os idosos que vivem em instituições de longa permanência sejam priorizados. No entanto, afirmou em nota publicada em seu site que estaria com o "braço estendido para receber a CoronaVac". Ainda na semana do convite, o ex-presidente Lula afirmou que tinha sido infectado pelo coronavírus.

O primeiro a discursar, virtualmente, foi ex-presidente José Sarney, que estava em Brasília. Ele desejou "boa sorte" ao Brasil no combate à Covid-19 e classificou o problema como um dos "mais graves dos últimos tempos".

— Há cerca de 30 anos eu participei de um seminário de ex-presidentes da República em Xangai, que se destinava a discutir as ameaças ao futuro da humanidade. Ouvi de um estadista europeu que a maior ameaça à sobrevivência da humanidade não estava na guerra nuclear, mas sem dúvida na ocorrência de doenças desconhecidas. Estamos vivendo agora o perigo da realização dessa profecia com a terrível pandemia causada pelo coronavírus — lembrou Sarney.

Na sequência, falou, também virtualmente, o ex-presidente Michel Temer, apesar de estar em São Paulo. Ele pediu união no combate ao coronavírus e ressaltou a defesa da vida.

— Esse encontro tem uma certa simbologia, a da unidade. É a ideia de que todos devem unir-se para combaterem o coronavírus. Acho mesmo que no combate ao vírus, com toda a franqueza, há momentos e momentos. A vida é algo que se vai, a economia pode ter dificuldades, mas a vida não volta e a economia se recupera.

Até por volta das 12h desta segunda-feira, 142.096 pessoas já tinham sido vacinadas em São Paulo contra a Covid, com a CoronaVac. Hoje o governo disse que irá distribuir 501 mil vacinas da Fiocruz - produzida pela empresa AstraZeneca e a Universidade de Oxford - para todos os 645 municípios paulistas. O lote foi recebido por SP no domingo (24).

Fonte: O Globo

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