Covas busca apoio do setor cultural na eleição paulistana


Pré-candidatos tentam se aproximar de movimentos e personalidades da cultura, setor que ascendeu de patamar durante o governo Jair Bolsonar

Covas diz que deve definir se haverá festa de ano-novo em SP; carnaval é  incerto

Na semana passada o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), pré-candidato à reeleição, aderiu ao movimento Bloco da Cultura que congrega artistas e agentes culturais (alguns deles com passagem pela própria administração Covas) com o objetivo de "colocar a cultura na centralidade dos debates sociais e econômicos do país". Nas próximas semanas ele deve receber o apoio de vários representantes do setor a exemplo do que já aconteceu com seu adversários Guilherme Boulos (PSOL) e Jilmar Tatto (PT). 

Relegada por décadas ao segundo plano do debate eleitoral, a cultura ascendeu de patamar durante o governo Jair Bolsonaro graças a situações que tornaram manifestações culturais alvo preferencial do bolsonarismo e os artistas e intelectuais em objeto de disputa entre setores políticos. 

Além disso, em tempos de prevalência eleitoral das redes sociais, a importância de cantores e atores famosos no meio digital se tornou um ativo político. Muitos deles têm centenas de milhares de seguidores e exercem influência mesmo não votando em São Paulo. 

Em uma cidade que se orgulha de sua vida cultural, como é o caso de São Paulo, estrategistas das campanhas avaliam que o peso dos artistas é ainda maior. Não é à toa que Covas deu destaque especial para a área, investindo e propagandeando o sucesso de eventos como a Virada Cultural e o Carnaval que levaram às ruas 5 milhões e 15 milhões de pessoas, respectivamente, em suas últimas edições.

Para estrategistas da campanha de Bruno Covas, a aproximação com a classe artística na campanha é resultado da política de valorização da cultura na gestão do tucano que teve nos carnavais e na Virada Cultural (os maiores já realizados na cidade) momentos de grande visibilidade. 

"A adesão ao Bloco da Cultura reforça compromissos de Bruno que já haviam ficado evidentes em sua gestão: ampla agenda de ocupação cultural da cidade, contraponto claro ao governo federal, cultura no eixo de desenvolvimento e no centro do debate político", disse o secretário-executivo da Prefeitura Alexandre Youssef, ex-secretário de Cultura e responsável pelo programa de governo de Covas para o setor.

Participam do movimento a cineasta Laís Bodanzky, o ator Hugo Possolo e o rapper Xis (todos com passagem pela gestão Covas) entre outros.

Aliados do prefeito, no entanto, apontam outro motivo. Covas quer o voto útil de petistas e psolistas em um eventual segundo turno contra um candidato apoiado por Bolsonaro. A campanha do tucano avalia que eleitores de esquerda, escaldados pela derrota em 2018, votarão de forma "estratégica" este ano.
Motivos

Fonte: Estadão

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