Bruno Covas lidera pesquisa para Prefeitura de São Paulo


Pesquisa Atlas Político aponta que Russomanno desponta como herdeiro do voto bolsonarista, enquanto Boulos absorve a maior parte do eleitorado que escolheu Haddad em 2018

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas

A corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo começa com a liderança do prefeito e candidato à reeleição, Bruno Covas, aparece com 16% das intenções de voto, seguido por Guilherme Boulos (PSOL), com 12,4%, Celso Russomanno (Republicanos), com 12,3% e Márcio França (PSB) com 11,5%. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo. O primeiro turno do pleito será realizado em 15 de novembro, e o segundo no dia 29 do mesmo mês. O levantamento realizado pela Consultoria Atlas, divulgado nesta sexta-feira, ouviu 1.514 pessoas entre 26 de agosto e 1º de setembro, via Internet, e foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o número SP06002/2020.


Em seguida no levantamento aparece Marta Suplicy (Solidariedade), com 4,2%. No entanto, a ex-prefeita anunciou na quarta-feira desta semana que não irá disputar a eleição, preferindo o apoio a Covas. Joice Hasselmann (PSL), Jilmar Tatto (PT) e Andrea Matarazzo (PSD) têm 2,1%. Arthur do Val (Patriota) tem 1,9%, Filipe Sabará (Novo), 1,1%, e Orlando Silva (PC do B), 0,8%. Levy Fidelix (PRTB), Marcos da Costa (PTB), Vera Lúcia (PSTU), Ribas Paiva (PTC), Antonio Carlos Mazzeo (PCB), Vivian Mendes (UP), Marina Helou (Rede) e Antônio Carlos Silva (PCO) não pontuaram. Votos brancos e nulos somam 11,9%, e 13% dos entrevistados afirmaram ainda não saber em quem votar. 8,3% dos eleitores anunciaram que iriam votar em outros candidatos.

De acordo com Andrei Roman, CEO da Consultoria Atlas, que publica a pesquisa, o resultado fortalece Covas, apesar da fragmentação. “Ele já aparece na liderança numérica e tem mais recursos que os demais candidatos para se manter na disputa. Ele aproveita esse cenário fragmentado, neste sentido”, afirma. Segundo ele, em um eventual segundo turno contra Russomano ou Boulos, Covas poderia se aproveitar da maior rejeição desses candidatos.

Para esses dois adversários do tucano, Roman diz que, caso cheguem ao segundo turno, sua prioridade deverá ser evitar a nacionalização ou ideologização da disputa, para tentar reduzir seu patamar de reprovação. Dessa forma, “França é o candidato mais perigoso para o Covas, já que ele tem a menor rejeição”, diz.


Covas vai melhor entre as eleitoras (24%), enquanto França é o que mais atrai o voto dos homens (15%). O recorte dos números de acordo com religião mostra Russomanno, cujo partido é ligado ao bispo Edir Macedo, da Igreja Universal do Reino de Deus, como o favorito dos evangélicos (27%). O tucano lidera entre os católicos (17%), e Boulos tem a maioria do voto agnóstico/ateu: 37%. O eleitor com ensino superior também prefere o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto —neste segmento ele conta com o apoio de 20%, enquanto Covas lidera entre os que têm até o ensino fundamental (18%).

Além de levar vantagem no voto evangélico, Russomanno aparece até o momento como o herdeiro da maior parte dos votos de eleitores que escolheram Jair Bolsonaro em 2018: 18% deles preferem o candidato do Republicanos. No entanto ainda é cedo para dizer que o deputado federal ligado aos direitos do consumidor será o grande beneficiário do voto bolsonarista, tendo em vista que o campo da centro-direita tem ao menos outros quatro candidatos com apelo entre o eleitor do presidente.

Já a população que escolheu Fernando Haddad (PT) no pleito presidencial parece ter migrado para Boulos, que conta com a preferência de 37% deles. O candidato petista, Tatto, até o momento tem apoio de 6% dos eleitores que votaram em Haddad. Este dado é uma má notícia para o PT, que enfrenta dissidências em suas fileiras que optaram por declarar apoio a Boulos. Dentre eles destacam-se Tarso Genro e Celso Amorim, ex-ministros de Lula que anunciaram cerrar fileiras com o nome do PSOL. Caso esta tendência se confirme, pode significar a ascensão do partido surgido à partir de um racha no PT —e até então visto como partido nanico nas eleições para o executivo paulista— como força dominante no campo da esquerda na capital.

Fonte: El País

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