“O presidente está sendo um fracasso”, diz Doria em resposta a Bolsonaro


Governador paulista diz que presidente tem "suposição equivocada, dolosa e nociva" no combate à pandemia

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB)

Bruno Ribeiro - O Estado de S. Paulo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) rebateu afirmações do presidente Jair Bolsonaro sobre uma suposta manipulação de dados de mortes por covid-19 com uma série de ataques ao presidente. Disse que Bolsonaro “tem uma suposição equivocada, dolosa e nociva” à saúde pública e que ele “está sendo um fracasso” na gestão da pandemia, que já matou 100 mil pessoas no Brasil.

As afirmações foram feitas em entrevista coletiva convocada nesta sexta-feira, 7, para dar novas datas de retorno às aulas em São Paulo e para anunciar a reclassificação das cidades do Estado no Plano São Paulo, o programa de reabertura econômica do Estado em meio à pandemia. 

Doria foi questionado sobre as afirmações que Bolsonaro teria feito durante live na noite desta quinta, em que disse que governadores estariam orientando suas equipes a computar mortes suspeitas como casos confirmados de óbitos por covid-19.

“São Paulo não manuseia números e eu tenho a convicção também que outros Estados brasileiros não fazem, através das suas secretarias de saúde, nenhum tipo de manuseio dos números. O presidente tem uma suposição equivocada, dolosa e nociva, também”, disse Doria. 

“Eu gostaria de convidar o presidente Jair Bolsonaro a visitar um hospital de campanha, coisa que ele não fez até agora e que ele tivesse uma postura melhor em relação ao tema do coronavírus. Não fosse negativista e fosse uma pessoa que liderasse o País no combate à pandemia. Aí sim ele estaria fazendo jus à sua condição de presidente da República”, continuou. 

Na sequência, Doria disse: “Na pandemia, eu tenho que dizer e afirmar: o presidente está sendo um fracasso. Tomara que ele se recupere, tomara que ele compreenda que aquilo que já o afetou como vítima do coronavírus que foi, a sua esposa e outros oito ministros, possam servir de exemplo a ele para ter uma conduta menos partidária, menos politizada e menos antagonista. Que ele seja de fato um líder que até agora não foi.”

No começo da coletiva, Doria havia comentado a chegada da marca dos 100 mil mortos afirmando que “não se travava de uma gripezinha” e destacando a ineficiência do medicamento cloroquina para o tratamento da doença. 

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