Facebook e Twitter bloqueiam contas de bolsonaristas investigados no inquérito das Fake News


Deputados destacam operação da PF contra fake news e ameaças ao ...

Leandro Prazeres, Carolina Brígido, Marlen Couto e João Paulo Saconi - O Globo

O Twitter e o Facebook suspenderam as contas de políticos, ativistas, blogueiros e empresários investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no chamado inquérito das fake news, que investiga uma suposta rede de disseminação de notícias falsas e ataques a ministros da Corte. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do STF e pelo Twitter.

A suspensão atende uma ordem expedida pelo ministro Alexandre de Moares, responsável pela condução do caso. Em comunicados divulgados pelas empresas, Twitter e Facebook mencionam apenas que a suspensão se deu por força de uma decisão judicial do STF.

Mensagem informando que conta foi suspensa no perfil de Sara Giromini no Twitter 

No Twitter, foram suspensas 16 contas, de acordo com apuração do Sonar. Entre elas estão as dos blogueiros Allan Lopes dos Santos e Bernardo Pires Kuster. Também foram suspensas as contas do empresário Luciano Hang, da ativista extremista Sara Giromini e do ex-deputado e presidente do PTB, Roberto Jefferson.

Em nota, o Twitter informou que agiu "estritamente em cumprimento a uma ordem legal" proviniente de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF).

O número de contas suspensas no Facebook ainda não foi divulgado. Por nota, a empresa disse apenas que “respeita o judiciário e cumpre ordens legais válidas”.

Mesmo com a suspensão de contas, os investigados estão fazendo postagens sobre o ocorrido visíveis apenas no exterior. O Sonar encontrou registros de postagens no Twitter com críticas à decisão de Moraes de Sara Giromini, Allan dos Santos, Roberto Jefferson e do youtuber Bernardo Kuster. 

A ordem para o Twitter foi dada por Moraes em 27 de maio, mas a plataforma ainda não tinha cumprido a decisão. Na quinta-feira, o ministro deu uma nova determinação, com prazo de 24 horas para o cumprimento. Segundo a decisão, a suspensão das contas era necessária para interromper os “discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional democrática”.

Fontes relataram ao Sonar que, apesar de a decisão ter sido publicada em maio, ela só foi cumprida agora porque, inicialmente, o STF havia enviado apenas os nomes e CPFs dos investigados cujas contas deveriam ser suspensas. Entretanto, esses dados não eram suficientes para que as empresas fizessem a suspensão porque, muitas vezes, as contas não estão vinculadas a nomes e CPFs. Só depois que o STF enviou os nomes e endereços das contas é que as empresas puderam fazer a suspensão.

O inquérito das fake news foi instaurado no ano passado pelo presidente da Corte, Dias Toffoli e, desde então, vem sendo relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. A investigação vem centrando suas atenções em um grupo de blogueiros e empresários bolsonaristas que vêm divulgando ofensas, ameaças e críticas a autoridades e integrantes da Corte.

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