Polícia agiu para evitar confronto entre os dois grupos, diz Doria


O governador de São Paulo também criticou Bolsonaro por passeio a cavalo durante ato em Brasília

Governador João Doria (PSDB) em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes
governador de São Paulo, João Doria

Após a Polícia Militar agir para dispersar as manifestações na avenida Paulista no último domingo (31) —que teve atos em favor de Jair Bolsonaro (sem partido) e a favor da democracia, críticos ao presidente —, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse que atos contra e a favor do governo não deverão mais acontecer no mesmo local e ao mesmo tempo.

"Estamos em acordo com a Prefeitura [da cidade de São Paulo] para que, a partir de agora, não tenhamos mais duas manifestações no mesmo local, no mesmo horário, no mesmo dia", afirmou nesta segunda-feira (1º).

No domingo, dois atos acontecerem ao mesmo tempo: um em favor de Bolsonaro e que levava bandeiras neofascistas, e outro que reuniu torcidas organizadas de clubes paulistas com bandeiras antifascistas. A Polícia Militar entrou em confronto com o grupo crítico do governo.

Segundo Doria, a ação policial evitou um confronto entre os dois grupos. Ele afirmou ainda que confrontos enfraquecem a democracia e justificam o discurso autoritário de quem defende a volta da ditadura militar no Brasil.

"Já vivemos a pior crise de saúde do século, a mais grave crise social, a mais grave crise econômica e agora, a maior agressão à democracia desde a ditadura em 1964", completou. 


Doria criticou mais uma vez o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ter comparecido a manifestações no último final de semana e causado aglomerações.

"Qual o sentido de um presidente da República desfilar a cavalo em meio a 30 mil mortos por coronavírus? Qual a razão? O que ampara um ato desta natureza em meio a uma pandemia, com mais de 500 mil brasileiros adoentados, milhares que já perderam suas vidas. O presidente passeia à cavalo enquanto a pandemia galopa, bolsonaro passeia a cavalo e a crise segue sem rédeas", afirmou.

Ele pediu que Bolsonaro pare de utilizar as redes sociais, por exemplo, para hostilizar quem não o apoia e disse que o presidente governa apenas para seus apoiadores.

João Gabriel - Folha.com

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