Em tom revanchista, Lula critica manifestos suprapartidários em defesa da democracia


O petista criticou participantes dos movimentos, como o ex-presidente FHC, e reclamou falta de protagonismo do partido

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O ex-presidente Lula criticou em reunião do PT nesta segunda-feira (1º) os manifestos suprapartidários em defesa da democracia surgidos nos últimos dias, sob o argumento de que os documentos articulados pela sociedade civil não tem protagonismo do PT, além de ter assinatura de apoiadores do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

As iniciativas buscam recriar o clima das Diretas Já e uniram adversários ideológicos diante dos ataques do presidente Jair Bolsonaro a instituições e à Constituição.

A principal mobilização da atual leva é o Movimento Estamos Juntos, mas pelo menos outros seis grupos estão se consolidando nesse cenário.

Lula defendeu que o partido analise as iniciativas antes de tomar qualquer decisão e as relacionou a um projeto da elite brasileira —embora parte dos manifestos venha se organizando por meio da internet, com a possibilidade de qualquer cidadão aderir.

"Sinceramente, eu não tenho mais idade para ser maria vai com as outras. O PT já tem história neste país, já tem administração exemplar neste país. Eu, sinceramente, não tenho condições de assinar determinados documentos com determinadas pessoas", afirmou Lula.

Na fala, transmitida em redes sociais, o ex-presidente disse ter lido os manifestos do Estamos Juntos (inicialmente assinado por artistas e intelectuais) e do Basta! (organizado por advogados e outros representantes do universo jurídico).

Na opinião dele, "há um interesse muito grande da elite brasileira em voltar a governar o país sem o PT".

"Até o Fernando Henrique Cardoso, que é um dos ajudaram a derrubar a Dilma, porque se acovardou, [assinou]", disse o petista, citando a adesão do tucano ao Estamos Juntos. "Eu não posso aceitar com muita facilidade aquilo que as pessoas que ajudaram a destruir o país estão querendo fazer", disse, sem citar nomes. ​

"Eu acho que todos esses manifestos têm uma importância para a sociedade e para a democracia, mas é preciso que o PT defina qual é o manifesto que interessa para o PT, qual é a linguagem que interessa para o PT", afirmou Lula.

No momento em que a maioria da sociedade mostra-se disposta a um aliança nacional, em defesa das instituições e de valores democráticos, Lula mostra não estar disposta a dividir os "holofotes". Sua fala na reunião do PT deixa claro que se ELE não for liderar o movimento, que o partido fique fora. Talvez a atitude do supremo líder petista ajude ainda mais a aumentar a adesão social dos manifestos.

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