Prefeitura de SP abre edital solicitando mais 100 leitos de UTI da rede privada para atendimento de casos de coronavírus


Gestão municipal diz já ter entregue 835 leitos de UTI em convênios firmados com 13 hospitais da rede particular. Ampliação tenta evitar colapso do sistema com o avanço no número de casos



Lívia Machado - G1

A Prefeitura de São Paulo abriu um edital solicitando mais 100 leitos de UTI da rede particular para atendimento de pacientes com coronavírus. O edital foi publicado no Diário Oficial nesta terça-feira (12).

Inicialmente, a previsão da gestão municipal era de utilizar 20% dos 4 mil leitos da rede particular disponível na cidade. Entretanto, com o avanço no número de casos e a taxa de isolamento social abaixo dos 60%, a gestão municipal tenta ampliar o atendimento para evitar o colapso do sistema.

Em nota enviada ao G1, a secretaria municipal de Saúde diz que já entregou 835 leitos de UTI da rede particular, por meio de convênios firmados com 13 hospitais. HCor e Amil, segundo o secretário Edson Aparecido, foram os dois últimos a serem fecharem parceria.

"Na tarde de ontem [segunda-feira], nós fechamos mais duas parcerias com o HCor e com a Amil. Vamos, então, a 140 leitos. Destes 140 leitos, 60 já receberam pacientes e estão ocupados. Essa é uma estratégia que está se demostrando correta. Neste momento, onde a gente tem uma pressão muito grande em cima da rede hospitalar do município, poder fazer essa parceria com a rede privada é muito importante", defendeu o secretário em entrevista à GloboNews.

O aluguel de leitos da rede privada foi anunciado pelo prefeito Bruno Covas no início de maio.

Em entrevista à GNews nesta terça (12), Covas afirmou que a parceria é uma das estratégias da prefeitura para evitar que seja necessário estabelecer critérios de seleção de pacientes. Na semana passada, a prefeitura publicou no Diário Oficial um protocolo de prioridade para leito de UTI em caso de ocupação total pelo coronavírus.

A decisão de qual paciente vai ser tratado na UTI - ou recusado - deverá seguir normas internacionais. No Brasil, apenas a Associação Brasileira de Medicina Intensiva tem normas definidas para orientar os médicos sobre os critérios de prioridade.

"Todo o esforço que a gente tem feito mais todo o esforço do governo do estado tem feito é para que a gente não chegue em uma situação que outras cidades muito mais ricas do que São Paulo já chegaram como ter que escolher quem é atendido e quem não é atendido", disse Covas.

Foram conveniados pela prefeitura até agora:

  • Hospital da Cruz Vermelha
  • Hospital da Universidade de Santo Amaro (Unisa)
  • Hospital do Rim
  • Beneficência Portuguesa
  • Hospital Oswaldo Cruz
  • Hospital Santa Marcelina
  • Hospital Santa Isabel
  • Hospital São Luiz Gonzaga
  • Santa Casa de Santo Amaro
  • Hospitais Leforte
  • Hospital Santa Cruz
  • HCor
  • Amil

Inicialmente, a administração municipal fechou acordo com o Hospital da Cruz Vermelha e com o Hospital da Universidade de Santo Amaro (Unisa). Depois, na quarta-feira (6), foram conveniadas mais 5 instituições.

Os leitos privados contratados ficarão disponíveis para o sistema de regulação de vagas junto com os outros, da rede pública. A administração municipal pagará R$ 2,1 mil por dia por cada leito.

Nesta terça-feira (12), a taxa geral de ocupação nas UTIs de hospitais municipais estava em 82%. Seis hospitais municipais estão com pelo menos 95% de lotação e fecharam as portas para novos pacientes.


Requisição de leitos

Segundo o prefeito, a prefeitura também pode requisitar leitos de hospitais que ainda não fecharam acordo. A requisição de leitos, que já era regulada pela legislação federal, passou a ser também municipal com a publicação da Lei 17.340 publicada no Diário Oficial na sexta-feira (1).

"Acordo é acordo. Quando não há acordo, a gente requisita, obriga a receber no seu leito e depois discute o valor", afirmou em coletiva nesta segunda (4).


Mortes

O número de mortes pelo novo coronavírus no estado de São Paulo subiu para 3.949 nesta terça-feira (12), segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Foram 206 novas mortes registradas em 24 horas. No total, já são 47.719 casos confirmados da doença no estado.

O número de mortes desta terça representa aumento de 5% em relação ao dia anterior, quando também foi confirmada a morte de uma criança de quatro anos moradora de Francisco Morato, na Grande São Paulo.

Há 9,9 mil pacientes internados com sintomas da doença no estado de São Paulo, sendo 3.818 em UTI e 6.083 em enfermaria. A taxa de ocupação dos leitos de UTI reservados para atendimento à Covid-19 é de 69,1% no estado e de 85,7% na Grande São Paulo.

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