Bruno Covas diz que precisa da ajuda da população para flexibilizar isolamento


Prefeito também voltou a criticar a postura do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia no país

G1 

Oprefeito Bruno Covas em entrevista à GloboNews

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A cidade de São Paulo registrou índice de isolamento de 49,3% de nesta segunda-feira (11), primeiro dia em que o rodízio ampliado e restritivo entrou em vigor, segundo revelou o prefeito Bruno Covas (PSDB) na manhã desta terça (12), em entrevista à GloboNews.

Na avaliação do prefeito, o número, ao ser comparado com o contabilizado na sexta (8), mostra que a decisão da gestão municipal foi acertada.

"O índice de isolamento, que era de 46% nesta sexta-feira, foi de 49,3% nesta segunda-feira (11). Um aumento de quase 10% em relação ao índice de sexta-feira. Mostra que estamos no caminho de voltar aos 55% e 60%, que nós tínhamos no começo da quarentena. Eu já me comprometi, voltando a este índice, a gente volta a suspender o rodizio na cidade de São Paulo", afirmou Covas.

Comparando os índices registrados entre as últimas segundas-feiras, entretanto, a elevação é muito menor. No dia 4 de maio, a capital paulista registrou índice de 48%.

Ainda segundo Covas, em relação ao número de carros, a restrição provocou a diminuição de 1,5 milhões de veículos. "O que significa 1,9 milhões de pessoas deixando de circular de carro", defendeu.

O prefeito também afirmou que a cidade registrou um aumento de 270 mil pessoas no transporte público municipal, o que representa uma elevação de 6%.

"Nós não tivemos nenhum relato, seja no pico da manhã, seja no pico da tarde, de ônibus superlotados na cidade de São Paulo. Nó estamos acompanhando a movimentação no trem e no metrô, que são de responsabilidade do governo do estado", disse.

Congestionamento

A cidade de São Paulo registrou 2 km de congestionamento na manhã desta terça-feira (12), segundo dia do rodízio ampliado e mais restritivo. Usuários dos transportes coletivos relataram filas e aglomerações em plataformas de estações do Metrô e da CPTM.

A medida entrou em vigor a partir da meia-noite desta segunda (11). O objetivo da prefeitura é restringir a circulação para que a taxa de isolamento social fique acima de 60%. No domingo, a capital paulista registrou taxa de isolamento de 53%.

Na manhã desta terça-feira (12), a CET registrou pico de congestionamento de 2 km, entre 8h e 8h30, enquanto que na semana passada, quando a gestão municipal fez interdições em grandes vias da cidade, o pico de congestionamento foi de 10km, às 10h.

Ainda de acordo com a CET, nesta manhã foi registrado pico de lentidão de 7 km, às 8h. Número abaixo dos 19 km registrados no mesmo horário da terça-feira passada.

A SPTrans diz ter contabilizado um percentual de passageiros de 37% dos 9 milhões transportados, em média, por dia útil, antes da quarentena, enquanto a frota foi reforçada e está em 65,5%.

Decreto presidencial

Covas também voltou a criticar a postura do presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia no país.

“A postura do presidente não colabora com o isolamento. Ele tem inúmeros pronunciamentos mantendo a linha de que o vírus é uma bobagem, uma gripezinha, que não tem problema as pessoas saírem de casa. Eu acho que, se ele mostrasse para as pessoas o quanto é importante ficar dentro de casa, já colaborava muito com a prefeitura e com o governo do estado, já que aqui é o epicentro da crise", defendeu.

O prefeito afirmou que a gestão municipal e o governo do estado avaliam se é possível permitir o funcionamento de salões de beleza, barbearias e academias de esportes na lista de "serviços essenciais", conforme decreto editado pelo presidente e publicado em edição extra do "Diário Oficial da União" nesta terça (12). 12 estados e do Distrito Federal se posicionaram contra a inclusão das atividades.


"Estamos no dia de hoje verificando com o pessoal da vigilância sanitária se é possível fazer essa abertura. A Ideia é que até o dia de amanhã a gente possa anunciar o que fazer", afirmou o prefeito.

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