Após racha sobre apoio a Ricardo Salles, marcas reclamam e saem de associações empresariais


Insatisfação abrange setor de turismo e indústria de carne e de cosméticos

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Bolsonaro e Ricardo Salles

Painel S.A. - Folha

Porteira A guerra de anúncios deflagrada após a fala de Ricardo Salles, no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, deu dor de cabeça às associações empresariais que assinaram o manifesto em apoio ao ministro do Meio Ambiente. Algumas das entidades, que vivem de contribuições de empresas associadas, receberam reclamações e até pedidos de desfiliação de membros que não quiseram ter suas marcas associadas à declaração de que a pandemia é o momento de passar a boiada.

Tchau Ao menos duas empresas da ADIT (associação para desenvolvimento imobiliário e turístico) decidiram deixar a entidade. Na quarta-feira (27), o resort Beach Park comunicou a entidade sobre sua saída e foi seguido pela rede de hotéis Bourbon na quinta (28).

Corrente Em nota, a ADIT afirma que o manifesto endossado por ela não defende da destruição da Amazônia. A entidade diz que “condena a burocratização que se utiliza de uma falsa bandeira ecológica para o travamento das atividades econômicas no país”.

Floresta em pé Na Abrafrigo (que reúne frigoríficos), a Marfrig anunciou na quarta-feira (27) que não foi consultada sobre o manifesto em apoio ao ministro. A empresa diz que há mais dez anos está comprometida com o combate ao desmatamento.

Consenso A Abihpec (indústria de cosméticos) desembarcou do manifesto na quarta (27), depois de ter sido cobrada por companhias como Grupo Boticário, Natura e L’Occitane. A entidade afirma que seu conselho aprovou a retirada de forma unânime.

Faro Após a divulgação do anúncio, as ONGs Greenpeace Brasil, ClimaInfo e Observatório do Clima perguntaram às empresas, nas redes sociais, se elas tinham sido informadas sobre o manifesto. Délcio Rodrigues, diretor-executivo da ClimaInfo, disse que o número de assinaturas chamou a atenção das ONGs.

Painel S.A.
com Filipe Oliveira e Mariana Grazini
Jornalista, Joana Cunha é formada em administração de empresas pela FGV-SP. Foi repórter de Mercado e correspondente da Folha em Nova York.

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