'Testes no Brasil e a realidade dos casos', artigo de Gleuda Apolinário


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Gráficos - Ministério da Saúde 

Estudos que partem de um princípio com indicadores que estão subnotificados (quantidade de casos confirmados) estão equivocados, pois não podemos medir a nossa taxa de contaminação pelo número de casos confirmados dia. Já que o protocolo que o ministério da saúde adotou, seria só testar em casos de internação hospitalar.

A baixa quantidade de testes não nos permite saber a real situação de contaminados no país.

A diminuição do percentual casos dia é um alerta que estão diminuindo a quantidade de material para testes no país.

Agora, o que deve nos alertar é o percentual de letalidade comparativa do início do primeiro caso registrado ao primeiro óbito e a quantidade de acréscimo de óbitos diários.

Poderíamos dizer por este indicador (letalidade) em sua alteração e diminuição que estaríamos controlando o Coronavírus. O que infelizmente no momento não é real.

Até ontem dia 03 de Abril, dos 207 países com casos óbitos do Coronavírus, estamos na posição de 17° e o primeiro da América Latina em números absolutos de casos confirmados por testes e óbitos.

Claro que o isolamento social total neste momento é necessário, mas sem testes reais, nunca vamos saber a realidade de contaminados assintomáticos e sintomático já que o teste aqui é seletivo e em baixa quantidade. 

Os estudos epistemológicos comparativos do mundo diz que em países como o nosso que adotou baixo índice de testes, deve-se fazer um cálculo estatístico, sendo que para cada pessoa testada e confirmada (dado que ela só testa quando está internada) e o estágio de agravamento da COVID19 se dá principalmente após o 14°, e que até está data, no mínimo ela contaminou duas pessoa por dia e o estágio de contaminação do indivíduo se dá após o 4° dia. Podemos dizer que para cada pessoa testada e confirmada, teremos pelo menos, no mínimo 15 pessoas não testadas e contaminadas. Então, por este estudo, se temos no dia 03 de Abril de casos confirmados na ordem de 9.056 X 15 nós temos no Brasil hoje 135.840 casos reais.

A medição do efeito real do isolamento social se dará nas próximas semanas pela taxa de ocupação de leitos hospitalares. Quanto menor o índice de ocupação maior a eficiência do isolamento social.

Hoje podemos dizer que os leitos estão ocupados abaixo da média para casos de Pandemia, e, isto pode ser sim o início do reflexo do isolamento social.

Lembrando que o isolamento social irá servir como uma estratégia apenas para achatar a curva de contaminados ao mesmo tempo e evitar o risco de pico de casos que necessitem de leitos hospitalares provocando o colapso no sistema de saúde. Pois bem, isso só iremos saber e medir seus efeitos reais no Brasil nas próximas semanas de Abril. 

Tudo indica que sim, com base nos leitos ocupados e utilizados até o momento por pacientes com COVID19.

Então, ficar em casa hoje é a nossa maior arma para combater o Coronavírus e o nosso melhor remédio.

Gleuda Apolinário - Socióloga

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