Prefeitura de SP estuda internação de pessoas já com sintomas leves de coronavírus


Pacientes seriam levados para o hospital de campanha montado no Complexo do Anhembi, na zona norte da capital

O prefeito Bruno Covas e o secretário da Saúde, Edson Aparecido em vistoria no hospital de campanha do Anhembi

Bruno Ribeiro - O Estado de S. Paulo

A Prefeitura de São Paulo deve mudar seu protocolo de atendimento na próxima semana e internar pacientes com sintomas leves de Covid-19. Até aqui, as pessoas com esses sintomas eram mandadas para casa, com orientação para ficarem isoladas de seus familiares. Agora, devem ficar no hospital de campanha do Complexo do Anhembi, na zona norte. 

A mudança se mostra necessária, segundo o secretário da Saúde, Edson Aparecido, porque a Prefeitura constatou que há grande volume desses pacientes que voltam a procurar a Saúde, em um segundo atendimento na rede de atenção básica, já com um quadro agravado de dificuldade respiratória, precisando de auxílio mecânico para respirar e de vagas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que estão próximas da lotação.

“O que estamos pensando é que a atenção básica (os postos de saúde dos bairros) vai receber esses pacientes e já transferir para o Anhembi. Lá, eles vão ser testados e vão ficar em observação”, afirmou o secretário. Com a mudança, a Prefeitura tenta evitar que os pacientes evoluam a ponto de precisar de UTI. Até a quinta-feira, 16, a cidade contava com 161 leitos vagos de UTI e 230 ocupados. Na rede estadual, que dá apoio à rede da capital e das demais cidades da região metropolitana, há índice de ocupação de 70% dos leitos de UTI com pacientes da Covid-19.

Além disso, no hospital, os pacientes ficaram afastados do contato direto com familiares que também poderiam ser infectado pelo coronavírus, o que também reduziria a velocidade de propagação da doença.

A Anhembi está sendo indicado porque ele é maior (tem 1.800 leitos) do que o outro hospital de campanha já em operação, no Estádio do Pacaembu, que tem 200 vagas. Para o Pacaembu, a ideia é manter ali pessoas que têm um quadro mais grave, e que possivelmente terão de ser transferidas para UTIs, ou receber pacientes que já tiveram melhora e saíram da UTI, mas ainda não têm condições de receber alta médica.

A mudança exige a publicação de normas para as equipe de saúde e o tema ainda terá uma discussão no comitê da Secretaria Municipal da Saúde que acompanha o coronavírus. 

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